quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Férias na Toscânia


Temos evitado as férias em Agosto há anos; as filas em todo o lado, a lotação esgotada, os preços mais altos desanimam-nos à partida, porém este ano teve mesmo que ser. Pensando que a data seria a menos ideal, não nos ocorreu que a meteorologia se associaria aos inconvenientes da época mais alta. Portanto, fomos apanhados em cheio por uma onda de calor que varreu Itália e nos deixou a modos que atordoados. Temperaturas acima dos 42º são imensamente condicionadoras ( 38ºàs 20h!) e muito capazes de nos destruir a motivação para caminhar pelas ruas, e visitar monumentos e museus. É que estes, são na sua maioria desprovidos de ar-condicionado, e nestas condições o ar fresco é praticamente imperativo. Entre o apartamento e carro que alugamos, encontrávamos uma espécie de oásis, além destes, sofremos imenso com o calor! As bebidas frescas não tinham tempo de se refrescarem nos cafés, bares e supermercados, por isso tínhamos que nos precaver, levando-as de casa. Felizmente, estávamos no melhor país do mundo para comer gelados! E por sorte, fomos encontrando as melhores geladarias possíveis, pelo menos assim nos pareceu. Tivemos a impressão de sermos sustentados a água fresca, melancia e gelados; uma dieta peculiar.
 
Visitamos a Itália pela primeira vez há cerca de 18 anos, e portanto, Roma, o Vaticano, e outras cidades ficaram de fora, desta vez. Fizemos de Bolonha a nossa base; uma cidade pouco turística, porém geograficamente bem localizada. E isto do pouco turístico é relativo, há imensos turistas, a maioria italianos, mas também estrangeiros por todo o lado. De qualquer forma, para além das grandes cidades e autênticas pérolas que visitamos, como Florença e Veneza, o nosso interesse voltou-se para as pequenas cidades, onde os turistas italianos se passeiam, como Ferrara, Carrara, Ravenna, Modena e Ímmola. São destinos absolutamente fantásticos, onde reina ainda uma atmosfera genuinamente italiana. Há sempre o que ver, o que admirar. O que Itália tem de bom é ter esta oferta imensa por todo o lado, de monumentos, museus, arquitectura, ruelas, pontes, etc.

De Bolonha ficamos com a impressão de ser uma cidade seca e quente( é assim considerada habitualmente), não se encontrando árvores, vegetação, canteiros de flores, lagos ou fontes, dá ainda mais a impressão de ser árida. Isso fez-me imensa impressão. Como comprovativo do calor excessivo, a minha máquina fotográfica "derreteu" logo no primeiro dia, e as fotos de Bolonha foram-se. 
São famosas as "Due torri" no centro da cidade, muito próximas e visivelmente inclinadas ( 3 mt, dizia o Guia Michelin), a Fonte de Neptuno ( coberta para restauro), a Piazza Magiori ( onde à noite há cinema com lotação esgotada), a basílica de san Petrónio, a Biblioteca, a igreja de San Domenico e o Museu de Arte Antiga. Os melhores gelados são os da Sorbeteria Castiglione, e o sabor típico é crema bolognese. Divinal!



Os melhores gelados em Veneza? La Mela verde!

Ao contrário do que me têm dito há anos, Veneza não cheira mal no Verão, nem está assim tão "entupida" de turistas que não se possa andar por lá. Tem imensos turistas, é verdade, mas a circulação faz-se razoavelmente bem, o pior mesmo são as filas para visitar os monumentos; nesta época, passar um dia em Veneza é apenas para exterior. As visitas interiores são para esquecer. Aliás, o mesmo acontece em Florença, só conseguimos visitar o Palazzo Medici Riccardi, e Deo gratias!
Apesar disso, as crianças venezianas brincam nas ruas, jogam à bola entre as pernas dos turistas, o que me fez imensa impressão, por aquilo que é para mim falta de segurança. Muitos empresários da restauração, por outro lado, não se coíbem de fechar portas para férias no pico da estação alta, quase que aposto, fugindo à invasão das massas. Não ganham dinheiro, mas querem lá saber! Têm paz. Aliás, isto acontece por todo o pais, fecham os negócios e partem alegremente de férias, como toda a gente.
De resto, quem não gostar de Veneza, não gosta de nada no mundo! Veneza é qualquer coisa de assombroso, é mágica. É aquela cidade aonde tem que se ir, pelo menos uma vez na vida.

Desta vez fizemos as férias em família, o Duarte também se juntou a nós, embora já tenha prevenido que para o ano não irá. A não ser que seja para Nova York. E oxalá que não seja, diz ele. Só para poder ficar.