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Mais do que os piscas-piscas coloridos das ruas e montras, que agora parecem confundir Natal e Carnaval, constatei este ano que é o frio das temperaturas de 0º que me evoca a época natalícia.
O que antecede o Natal não é chuva, é o frio, aquela camada branquinha de geada que cobre como um manto leve a vegetação rasteira, e deixa brilhos nas árvores. Vejo-a pela manhã, quando abro a janela e espreito o exterior, e apenas há cerca de 4 dias o cenário se tem revelado deste modo. Aquela visão invernosa provoca-me sentimentos de alegria, pela beleza, e gratidão, porque estou a observá-la do meu espaço protegido, quente, reconfortante.
Sempre me foi penoso imaginar as pessoas que passam o Natal nos trópicos, de chinelos e mangas-curtas, como se fosse um castigo, o nosso Natal relaciona-se com camisolas quentinhas de lã, lareiras, bebidas aquecidas e comidas reconfortantes. Como dois mundos, o da casa e família, e o de fora e natural, coexistindo em harmonia.
Bem, finalmente o frio chegou, mesmo na semana que antecede o Natal, como o último sortilégio para que este recupere, pelo menos, parte da sua magia. Tão lindo...