sábado, 29 de dezembro de 2007

Balanço, balancinho, balancete


Não sei conciliar esta sensação de bênção pela vida que tenho com a impressão de caos que recebo do exterior. Não direi que o meu “navio” navegou somente e sempre em águas tranquilas este ano, mas as tempestades que apanhou foram ultrapassadas com fé e esperança; tempestades essas que assumem proporções reduzidíssimas quando comparadas com os problemas dos outros. Tempestades que se transformam, apenas, em ondas um pouquinho mais agitadas quando me lembro dos problemas reais de mais de meio mundo! Sim, tenho graças a dar, porém, sinto uma sensação de “quase-pânico” quando recordo que o desemprego exorbita, que a pobreza continua a apoderar-se de mais pessoas, que a criminalidade está a aumentar, que o sistema de Saúde em Portugal continua a piorar, que a Justiça já antes cega está inerte, que os agentes policiais estão de mãos atadas, que os políticos estão a anos-luz de saber como vivem e sobrevivem os portugueses e que se estão borrifando para isso.
Entro em pânico quando vejo atentados terroristas um pouco (?) por todo o mundo, imensos países em guerra declarada, milhares de pessoas a morrer de fome, milhares de deslocados, outros milhares a viverem da caridade internacional, pessoas que vivem num estado de pobreza absoluta, pessoas perseguidas e assassinadas por pensarem diferente, os extremistas islâmicos que causam dor e morte e parecem estar em todo o lado. Como acreditar numa humanidade que pega numa ideia de amor e a transforma em sofrimento e morte?
Se eu olhar para o meu umbigo vou celebrar o Ano novo com música e dança, se levantar o meu olhar vou celebrar com oração. Que difícil é conciliar o interior com o exterior!