Esta era uma frase que a minha mãe costumava dizer muito,
quando os meus filhos nasceram, sendo os seus primeiros netos. De facto, as
roupinhas em miniaturas dos primeiros dias e meses, eram de tal forma amorosas,
que ainda hoje lamento não ter fotografado as cordas da roupa a secar, com
aquelas miniaturas.
Quem não se enternece com estas réplicas em tamanho
minúsculo?! Não admira o sucesso do Portugal dos Pequenitos, onde miúdos de
graúdos se extasiam perante as miniaturas. E casinhas de bonecas? O meu marido
já disse que a casinha da Letícia é mais da mãe, do que da filha. É verdade,
adoro-a!
Crianças pequenas, roupas pequenas, móveis a condizer!
Mas elas crescem e essa parafernália vai sendo substituída, com entusiasmo
pelas novas fases que se sucedem, porém também com saudade, por aquela fase que
já não volta. Pelo menos é assim que me sinto de todas as vezes que faço estas
substituições; sinto-me invadir por uma nostalgia que me faz desejar voltar
atrás no tempo. E para contrariar este sentimento, digo sempre para os meus
botões: - Mas eu aproveitei tanto, e tão bem!
( A biblioteca infantil do Duarte, a ser substituída pela infanto-juvenil ) |
Apesar disso, o tempo passa inexorável e uma década não é
de um dia para o outro. Embora pareça, sobretudo na mente materna.
Há poucos dias o meu primogénito fez 10 anos, e recebeu
um relógio digital como presente, que tinha sugerido. Veio substituir o primeiro,
onde os números de horas e minutos estavam expressos, para facilitar a
aprendizagem. E mais uma vez, fiquei a observar um e outro, pensativa.
Recordo-me que poucos dias após o nascimento do meu
filho, enquanto o observava embevecida no berço a dormir, tive uma espécie de
epifania: - Aproveita o mais que podes, Fernanda, porque na vida, nada é
garantido.
É assim que tenho feito, mas ainda assim continuo a dizer
com saudade: tudo o que é pequenino tem graça! Não tem?!
Até breve!
( Obrigada a todos pelas gentis mensagens; estou a recuperar bem. )