segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Escrever e receber uma carta


Envelopes ilustrados por mim e pela Letícia
Quantas histórias não passaram pelas Caixas de Correio ao longo dos tempos? Histórias de amor e amizade, de saudades, de problemas, de tragédias e desabafos, de segredos, mas também histórias prosaicas, cuja intenção não passava de um "estou a pensar em ti, com estas letras tão banais".

O gesto de quem abria as Caixas de Correio era inspirado por secretas ou explicitas emoções que se frustravam ou não, consoante o seu conteúdo.

Porém, as novas tecnologias retiraram-lhes o protagonismo, e as Caixas de Correio passaram a receber apenas contas e publicidade, tornando-se receptáculos de indiferença e apreensão.
Actualmente, a maioria das empresas envia as facturas por email e grande parte das Caixas de Correio estão decoradas com autocolantes amarelos que avisam não aceitar publicidade.

Pobres e obsoletas Caixas de correio. Estarão destinadas a ser removidas de portas de casa, de portões e outros locais que as sustentem?
Não em minha casa. A nossa Caixa de Correio continua activa, recebendo notícias de outros países, de pessoas distantes que partilham comigo a paixão por um envelope fechado, que traz emoções e pensamentos partilhados. E que eu devolvo, retribuindo na mesma medida. Há ainda muitas coisas em mim que remontam à criança que fui, esta é uma delas e gosto de a cultivar.

Se anseia dar nova vida à sua Caixa de Correio, mas não sabe como fazê-lo, sugiro que espreite no Postcrossing.