segunda-feira, 13 de abril de 2015

Amar Acima de Tudo



Não me parece que exista à face da Terra experiência mais reveladora, acerca de nós mesmos, do que aquela de ser mãe e pai. Desafio mais radical, lição mais proveitosa ou prova de maior responsabilidade. 

O que aprendemos com a maternidade/paternidade modifica-nos, e frequentemente, vira-nos do avesso. Revela-nos coisas que nós mesmo ignorávamos, e mostra aos outros uma faceta de nós que eles desconheciam. E nem sempre são coisas boas.
Na realidade, e frequentemente, são coisas das quais não nos orgulhamos. Ninguém está acima do erro. Umas vezes são pequeninos detalhes, outras vezes são coisas maiores, terríveis. 
Quando os filhos não se encaixam na imagem que construímos para eles, e destoam da fotografia familiar que pretendemos mostrar, espoleta aquele botão, no mecanismo interior do progenitor, que exige uma acção. O amor congela.

De todos os casos, o que mais me choca é a rejeição da homossexualidade dos filhos. Ainda no séc.XXI se expulsam filhos de casa, devido à sua orientação sexual. Ainda se finge não saber da vida sexual dos filhos. Ainda se ignoram os seus companheiros.

Não consigo entender porque razão, os pais, que deveriam ser os primeiros a aceitar, se tornam os primeiros a apontar e a rejeitar. O resto do Mundo se encarregará disso. Os nosso filhos necessitam encontrar na família o porto seguro, o ombro, o abraço, a compreensão. 
O que muda, afinal? Continuam a ser os nossos filhos. O amor não deveria estar dependente de nada, muito menos submisso ao orgulho, ou aos outros.
Amar verdadeiramente é um acto incondicional, e acredito que essa é a maior lição que os filhos nos proporcionam.