segunda-feira, 23 de abril de 2018

Violência no namoro

Ouvi na semana passada, na Rádio, um estudo sobre a violência no namoro. Com a entrada dos meus filhos na adolescência, este assunto começa a interessar-me ainda mais do que anteriormente.
Parece que os números são preocupantes, e que as queixas são poucas. Pensar-se-ia que o motivo fosse o mesmo utilizado pela falta de queixas na violência doméstica - medo de represálias - porém, dizia a investigadora, a maioria dos jovens parecia não ter percepção da violência a que estavam a ser sujeitos. 
Quando o ciúme é confundido com amor, quando a falta de respeito pela privacidade do outro, é encarada como confiança e intimidade, então tudo passa a ser normal. 
Lastimo que estes jovens não tenham alguém com quem falar, que os possa orientar e alertar para o que está errado. Este desacompanhamento é negligência familiar, e a prova dos noves para a falta de intimidade e comunicação no seio da família. Ou então, pior ainda, reflexo de relações familiares, e elas também nada sadias.
 
Creio que os jovens actualmente, namoram cada vez mais cedo, e falta-lhes maturidade para entenderem que há limites, que há comportamentos inaceitáveis, e que podem e devem exigir que uns e outros sejam respeitados e evitados. 
A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Géneros fez uma óptima campanha contra a violência no namoro, mencionando os comportamentos indicadores deste abuso; basta ver para reconhecer. 

Os sinais são muitos, e na falta de conhecimento, há um, do foro emocional que não precisa de validação externa, e é inequívoco: o sentir. 
Se estás numa relação em que te sentes mal, em que não és feliz, saí dela. É um namoro tóxico e tu mereces o melhor. Se não tens família que te apoie, fala com a psicóloga da tua escola ou liga para o número (gratuito) 800 202 148. Há sempre alguém disposto a ajudar-te a ultrapassar essa situação.