quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

A transformação

Como já tinha contado por aqui antes, tenho estado muito activa nas redes sociais, mais exactamente no FB. Antes da Palermia tinha cerca de 200 amigos, porque só aceitava pessoas que conhecia, depois, entendi que deveria fazer frente unida com aqueles que pensam como eu, e relevei o anterior critério. A moldura a apoiar os Médicos pela Verdade Portugal, da minha foto de perfil identifica-me mais facilmente, e creio que isso fez com que começassem a chover pedidos de amizade, que ainda assim rastreio. Dispenso os Trolls.

Os meus amigos anteriores praticamente emudeceram, por assim dizer; acho que descobriram uma faceta minha que desconheciam, e além disso, aquilo em que acredito e que divulgo deixa-os muito cépticos e desconfiados, afinal a narrativa oficial continua a ser difícil de largar. Estão cautelosos, esperando que as notícias e teorias partilhadas apareçam nas televisões, coitados. Esperam que daqui a duas semanas o confinamento acabe, as lojas e escolas reabram, e que as suas vidas voltem ao normal, ou "novo normal", para mim, o "novo anormal". Coitados. É que depois de duas semanas vem mais duas, depois até à Páscoa, e depois mais um mês para salvar o Verão, e por aí fora. Andamos nesta lenga-lenga há quase um ano mas ainda não repararam.

Comecei a notar uma maior inclinação para a dúvida, em dois ou três amigos, a suspeição de que esta história não estaria bem contada. Eu vou observando, sem nada dizer. Já sei que ninguém convence ninguém, cada um faz o seu caminho, no seu tempo.

Talvez pela minha insistência e preocupação com a saúde das pessoas, e resgate da economia, muitos pensem que estou também desesperada a defender o meu negócio ou a minha sobrevivência. Não é de todo o caso. Faço apenas o que me parece bem fazer, por em consciência sentir que é importante defender o que está certo. Eu sei, como muitos me dizem, sentindo a frustração, que essas pessoas vão colher o que semeiam mas continuo a sentir empatia pelas dificuldades que enfrentam e enfrentarão. E apesar de frustrada também, e compreender esse argumento, quero continuar a sentir compaixão pela dor alheia. Quero continuar a ser generosa e colaborativa, no que estiver ao meu alcance. E quando me dizem "vamos ver se as escolas abrem brevemente", eu penso com ternura "coitada", mas já nem sequer respondo.

O caminho que a Humanidade trilhava não estava certo, e tínhamos que ser postos nos carris adequados; o mega consumismo, a poluição, o foco no ter em vez do ser, no exterior em vez do interior, o egoísmo e ganância, a desvalorização da família, da natureza, dos outros reinos, tudo isso indicava o colapso do nosso planeta e da nossa raça. Esta é uma oportunidade excelente para reavaliarmos o nosso modus vivendi, mas receio que a grande maioria não esteja a ver todo o panorama. Como ouvi algures: "A dor é uma das mais poderosas ferramentas que o ser humano tem para a transformação", uns vão observar e absorver, transformando-se, outros terão mesmo que passar pela dor.

Observar tudo isto, fazer o que podemos pelo melhor do colectivo, e aceitar os nossos limites, e os dos outros tem sido uma aprendizagem valiosa. A lição vai continuar em 2021.