quarta-feira, 13 de novembro de 2024

A Bonnie!

 


Demorou um tempão a convencer o meu marido a aceitar um gato cá em casa; na época, os pequenos pediam muito e também um cão, mas se para o gato já foi cerca de um ano, a esperança para o cão desvaneceu-se. Porém, eu também queria um cão, e subitamente tudo se alinhou para que isso se realizasse.

Aconteceu tudo muito depressa; eu disse que queria, ele concordou, impulsivamente, acho eu, os nossos filhos estavam presentes, e foram testemunhas! Estava feito. 
Entretanto conversei, casualmente, com a minha prima acerca da intenção e ela de imediato me disse que tinha o cão perfeito para nós. Uma amiga dela era FAT de uma cadela, encontrada a vaguear pela cidade, muito meiga e calmeirona, habituada a ir à rua, a não estragar nada em casa, enfim, ideal para uma família sem experiencia canina, em suma, já vinha pronta!
Combinamos uma estadia de uma semana, para testar, e desde logo correu tudo muito bem, e ela já não saiu mais cá de casa. 

Mudamos-lhe o nome, vinha com um igual e um familiar, chato, não é? Concordamos com Bonnie, mas entretanto as variações são mais que muitas: Boninha, Bóbó.... e ela respondeu bem à nova identidade. Compramos-lhe a cama, um peluche e uma corda para brincar; começamos a levá-la à rua todas as vezes que alguém sai e o pode fazer, e ela adora, embora de início a vida sedentária a que vinha habituada não lhe permitisse correr, nem sequer fazer longas caminhadas. 

Desde logo foi notória a nova dinâmica que trouxe à família. Recebe-nos com entusiasmo, e procura a nossa companhia. Tem uma forma de olhar-nos curiosa, como se nos perguntasse algo, um olhar meigo, e adora crianças, suspeitamos que no passado dela esteve em contacto com pequenos, e é uma memória feliz; na primeira saída ao Parque ficou 10 minutos parada a ver os meninos a jogar à bola. É comilona, vinha um pouco obesa mas já está elegante, embora tente sempre convencer-nos a dar-lhe comida fora das refeições. E gosta de ficar debaixo da mesa da sala enquanto almoçamos e jantamos. É giro. 

Em casa não ladra, os familiares espantam-se, mas ladra aos cães que se aproximam dela, sobretudo os machos, de forma contundente sem ser agressiva, excepto daquela vez em que um jovem pastor alemão veio a correr ter com ela, aí ladrou de forma possante e impressionante. Mas afinal o cachorro só queria brincar com ela. O problema mais prolongado tem sido a adaptação aos gatos, que nos primeiros dias fugiam dela em pânico. Entretanto o Niko começou a entrar e a ficar na mesma divisão, bufou-lhe duas vezes, e a Bonnie já nem se atreveu a subir as escadas, porque ele estava lá no meio. A Becas foi a segunda, a vontade de entrar era grande, e foi entrando, embora não fique onde a cadela está; a Ellie tem sido mais resistente, mas há-de lá chegar. 

Gosto muito da nova dinâmica que a Bonnie trouxe à família; obriga alguns a fazer pausas dos seus afazeres para a levarem à rua, e isso faz-lhes bem. Faz companhia a outros, deitando-se ao lado, enquanto passam uma tarde à secretária a estudar; o ambiente ficou mais alegre. Realmente, como me diziam, ter cão e gato são experiencias muito distintas, cada um com as suas características, e o cão faz mesmo mais companhia, mas nenhum substitui o outro; aguardamos agora ansiosamente que convivam os quatros em harmonia, estamos praticamente a postos para lhes tirar a primeira foto a dormirem juntos. Vai ser lendário!