terça-feira, 4 de março de 2025

Fora Do Ninho. Ainda Mais.

Quando os filhos saem de casa para estudar inicia-se um processo que, frequentemente, não tem retorno, e se tiver é quase sempre bastante breve. É um marco tão impactante que até pode causar sentimentos menos bons, e essa famosa sensação do ninho vazio, pois para além do sentimento momentâneo, intuímos que chegamos ao fim de uma era, da família nuclear coesa, debaixo do mesmo tecto.

Depois disto há outro momento; quando os filhos partem para estudar fora do país. Se antes regressavam aos fins de semana ( os meus sim, estavam cá batidinhos!), essa fase intensifica-se pela ausência. A saudade é garantidamente maior, e as preocupações também sobem a outro nível. Para além disso, tem acontecido, que conheçam por esses países alguém por quem se apaixonam, e então o regresso fica fora de cena. Desde que soube, há muitos anos, que isso aconteceu a um rapaz aqui da Vila, que isso se fixou no meu cérebro, não sendo porém argumento para travar os meus filhos dessa experiencia, que é, normalmente, tão enriquecedora.

Pois bem, chegou o momento em que a saída do ninho exigiu uma maior força de asas, e a distância se ampliou para lá dos fins-de-semana! E todas as reflexões, sentimentos, emoções e preocupações saíram daquele espaço arrumado da minha mente e se expuseram sem pudor, para que as enfrentasse. Eu sei que sair de casa proporciona um crescimento enorme, a nível pessoal; e acredito que essa mudança ampliada a outra distância, cultura, língua, proporciona uma expansão da mente ainda muito maior. E quando vemos os nossos filhos ilusionados com a perspectiva dessa experiencia só podemos apoiá-los, e ficarmos a torcer por eles. 

É outra fase da vida, da nossa enquanto pais, da deles, enquanto filhos a emanciparem-se, a crescerem no mundo. É decerto desafiante, mas que seria da vida se não o fosse?