terça-feira, 15 de abril de 2025

Dica de Leitura : O segredo de Champollion

 Via 

O que me atraiu neste livro foi esta frase simples: " A fantástica história da decifração dos hieróglifos"; o mistério do Antigo Egipto tem grande poder sobre mim.

Jean-Michel Riou é formado em Ciências Políticas, autor de diversos livros, e também apaixonado pelo Antigo Egipto, realizando através desta história o sonho de escrever sobre a aventura humana e científica da expedição de Napoleão ao Egipto.

Tendo colocado a Europa em guerra com as sucessivas invasões a diversos países, Napoleão projecta uma expedição ao Egipto em 1798, para a qual convoca uma numerosa equipa de renomados científicos, que transporta em navios, com os seus sofisticados equipamentos, para esse país. Só a preparação e viagem já se revelam atribuladas e perigosas, e nem sequer se sabe ainda, pela certeza, o que Napoleão pretende daquele país. Verão que não é subjugá-lo, embora a certo ponto isso venha a acontecer, e de forma sanguinária, mas antes um objectivo cultural muito definido - a decifração dos hieróglifos dos faraós, que a maioria crê ser tarefa impossível. Mas qual o derradeiro interesse de Napoleão, com isso?
É portanto, com o achado casual da "Pedra de Roseta", que tendo parte traduzida para o grego, que a decifração começa a ser possível, embora ainda extremamente difícil. 

Após alguns anos no Egipto, sem atingir o objectivo, os "sábios" são forçados a partir, juntamente com o exército, recuando perante a ameaça inglesa, deixando para trás grande parte do espólio apreendido, que será confiscado pelos ingleses ( a Pedra de Roseta está no Museu Britânico, em Inglaterra, e também motivou a decifração pelos seus intelectuais, originando uma competição entre as duas nações), sendo já em solo francês que o estudo da decifração se fará por longos anos ainda, pelo genial Jean-François Champollion, que fizera desse objectivo a sua missão de vida. 

O Decifrador, em quem Napoleão depositava uma confiança desesperada,  acabou por ter sucesso, os hieróglifos traduziam-se por "sons e ideias", e contudo o resultado não foi de todo o esperado.  

Pelo meio há episódios de espionagem, de lutas e intrigas, e até romance, tudo contado através de três participantes da expedição, os sábios e amigos Morgan de Spag, Pharos-J Le Jeancem e Orphée de Forjuris, que dividem a narrativa em três partes, e a entregam a uma editora em 1854 para ser aberta em 2004. 

Eu não gosto da figura de Napoleão, um facínora que invadiu países, roubou, destruiu e matou, e aqui foi-me novamente mostrado que se tratava de um megalómano, egocêntrico, que não hesitou em converter-se ao Islão para se insidiar mais no Egipto, com o objectivo de, quiçá, tornar-se ele próprio uma espécie de faraó. Todavia, gostei de aprender mais sobre esse episódio da decifração dos hieróglifos, e de como tantos objectos acabaram expostos em França, e Inglaterra, pelos seus diversos museus. 


Título: O segredo de Champollion

Autor: Jean-Michel Riou

Editora: Asa

Nr de Páginas: 411