Regressamos à nossa base francesa, a casa do meu primo em Lyon; daí visitamos Genebra, na Suíça, cidade que me deixou algo indiferente. Não vimos monumentos grandiosos como em Viena, nem belos como em Salzburg, nem sequer a natureza nos impressionou como na Alemanha. Estacionamos logo em frente ao relojoeiro Frank Muller, entrando directamente na rua das casas de alta-costura, lojas fechadas, com segurança no interior, que só abre a porta quando a cliente toca a campainha, depois de lhe lançar um olhar perscrutador. De quando em quando surgia um banco; alguns privados, daqueles que não estão abertos ao comum dos mortais. Nessa rua vi algumas mulheres árabes, com motorista à porta das lojas. Só elas, tapadas por lenços até aos olhos, com gabardinas ou vestidos largos e compridos, levavam os sacos com os logótipos da Louis Vitton, Lanvin, etc. Na hora pensei: não posso permitir-me entrar numa loja destas para fazer compras, mas ainda assim prefiro a liberdade de vestir um top!
Uma rua acima encontrei todas as lojas que conheço, frequento e onde posso comprar, mas não entrei! No estrangeiro não perco tempo em lojas que também existem em Portugal, porém entrei numa perfumaria para comprar um perfume que procurava há algum tempo. A Suiça é um país curioso, moderno e auto-suficiente,( neste momento fazem uma forte campanha publicitária de incentivo ao agricultor) fornecendo ao mundo uma panóplia de produtos, desde fármacos,chocolates, etc aos famosos relógios. Recusam a entrada na Comunidade Europeia, enquanto ao mesmo tempo lhe piscam um olho, como quem diz: não queremos entrar, mas podemos sempre ser amigos!
De seguida, visitamos Annecy,em França, uma linda cidade antiga, com um lago enorme ( 1km de largura x 14 de comprimento)quase encostado à montanha. O coração da cidade é uma bonita zona de canais por onde o Thiou flui desde o lago. É famosa a imagem do Palais d’Isle, do sec.XII, no meio do rio e posso confirmar que a sua fama é justificada. Em Annecy comemos um gelado delicioso, mistura de gelado de frutas com frutos vermelhos, numa enorme taça, confeccionado por um maître glacier! É preciso que se diga que os franceses têm este hábito de se anunciarem como maître: maître bolanger, maître parfumeur, maître couturier…, mas que dá um certo ar, dá!
Noutro dia fomos a Chamonix, conhecida como capital mundial do alpinismo e do esqui. A paisagem é fantástica, Chamonix uma cidade linda, com as suas casas de madeira típicas, rodeada de montanhas, e o Mont Blanc em frente, permanentemente branco, com temperaturas negativas, enquanto nós cá em baixo estávamos expostos a um calor de 30º! É notória a diversidade de nacionalidades dos turistas; muitos vêm aqui para escalar, todos os anos morrem entre 50 a 60 alpinistas, ao tentar escalar o Mont Blanc, o monte mais alto da Europa, com os seus 4807 metros. Dois dias depois de lá termos ido, vimos na televisão que mais 2 alpinistas tinham morrido. Muitos outros, como nós, vêm para apreciar esta paisagem cheia de contrastes, para nos curvarmos perante o poder e beleza da natureza.
Entretanto, estava na altura de regressar a casa.
Bom fim-semana a todos!