Como defensora da cultura e tradições portuguesas não vejo com bons olhos a publicidade que se faz à volta de festas importadas de outras culturas,neste caso a anglo-saxónica, com o Halloween ou "dia das bruxas". Nas escolas, os professores de Inglês promovem celebrações da data, as discotecas publicitam as festas, as lojas de brinquedos já vendem fantasias apropriadas e as lojas de decoração já ostentam nas montras caras de abóbora em cerâmica, bruxas suspensas e outros objectos decorativos.
Parece-me que a celebração do Halloween está a divulgar-se e a popularizar-se nas gerações mais jovens o que, ambiguamente, me incomoda e suscita curiosidade. Portanto, fui informar-me sobre o Halloween.
Descoberta surpreendente número 1: Inicialmente era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão" na língua celta). O fim do verão era considerado como ano novo para os celtas, sendo uma data sagrada.
Descoberta surpreendente número dois: Na idade média todos aqueles que comemoravam a data(ou suspeitos de comemorar…), considerada obviamente pagã, foram julgados por bruxaria e condenados à fogueira pela Inquisição. Daí a data ser conhecida como "dia das bruxas".
Descoberta surpreendente número três: Actualmente, além das práticas de pedir doces, pessoas há que celebram à moda celta, como os praticantes do druidismo ou da wicca, considerada a bruxaria moderna.
Vendo bem,apesar da festa ter fugido ao sentido inicial, uma celebração que marca o fim do verão, que remonta aos anos 600 a.c. e que sobreviveu à perseguição do Santo Ofício, merece ser comemorada!
Acho que este ano, também eu, vou acender uma vela, na noite de 31 de Outubro, numa das janelas da casa, num ritual que homenageia os meus ancestrais!
Feliz Halloween...para aqueles que querem comemorar.