(Bernardette Chirac, ex-primeira dama francesa)
Já muitas vezes ouvi dizer que o papel de primeira-dama não é avaliado com justiça. Ela é essa mulher que dizem estar por detrás do “grande-homem”, aquela que trabalha arduamente na sombra; que carrega com a família, que apoia o marido, que se entrega como relações-públicas do país que representa e que trabalha afincadamente no seu gabinete. Em muitos casos a primeira-dama abdicou de uma profissão a bem da família e da carreira política do marido. Noutros casos, ela conseguiu conciliar carreira com vida familiar. Porém, no momento de assumir finalmente o papel de primeira-dama, ela afasta-se provisoriamente da sua profissão, para assumir um papel que lhe vai consumir muita energia e tempo. O seu trabalho é muitas vezes de bastidor, outras vezes ela é personagem principal, exactamente no centro do palco.
Contudo, como tudo na vida, isto também está a mudar. Aconteceu precisamente o contrário com a ex-top model Carla Bruni; ela tinha-se afastado das passerelles devido à idade, pois ela própria o disse: ” Quando as propostas começaram a declinar, eu afastei-me porque não queria baixar o meu cachet. Não queria entrar nesse jogo patético”. Então, ela optou por uma carreira na música e foi bem sucedida. Não vai de encontro ao meu gosto a sua forma de cantar-falar, que mais parece uma lengalenga,com excepção desta música:
Bruni nesse tempo também foi mãe; em 2002 ela dizia numa entrevista que não aparecia nas revistas com o seu filho por achar que a maternidade é ” uma fonte de valorização para a mulher” e que não lhe convém. Que a exibição das crianças lhe causa aversão.
No início de 2008 foi notícia a relação (noivado? casamento?) de Carla Bruni com Sarkozy, o presidente da república francês e a vida da ex-top model sofre uma reviravolta. Regressa às páginas das revistas ao posar nua para a revista masculina espanhola DT. O que era patético em 2002 deixa de o ser em 2008. E surge nas televisões e revistas acompanhada de Sarkozy e …do seu filho. O que a enojava antes é agora uma mais valia.
Com certeza alguém me vai chamar moralista, mas realmente eu penso que para ser primeira-dama são necessários vários requisitos e nenhum deles é despir-se para as câmaras! Eu acredito que uma primeira-dama é muitas vezes a imagem do país que representa e portanto o seu comportamento e a sua vida devem ser inquestionáveis.
Porém, que esperar de um tempo em que os políticos são cada vez mais medíocres, mais incompetentes e mais corruptos? No mínimo, que as suas cara-metades estejam na mesma linha. Não que eu esteja, neste caso, a acusar Bruni, mas que os parâmetros estão a baixar, ai isso estão!
Boa semana!