segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

“Quem o feio ama, bonito lhe parece”

(Imagem aqui)
Os meus filhos já tiveram a fase das adivinhas, das anedotas e actualmente estão na fase dos provérbios populares. A cada frase feita pronunciada por alguém, ao vivo ou na televisão, eles imediatamente a retém. Depois, utilizam-na por tudo e por nada, debatem entre eles os diversos significados, por vezes pedem-me esclarecimentos, e adaptam-na a diversas situações, mudando uma palavra ou outra. O último provérbio era-me desconhecido: “Leva o que há e não faças cara má”. Também este foi reajustado a novas situações: “Veste o que há e não faças cara má”, “Come o que há e não faças cara má!”, etc.
Há nos provérbios populares uma sabedoria espantosa, gerada pela experiência dos nossos antepassados, ao longo dos tempos. Este legado, nem sempre apreciado ou compreendido, tem como intuito ajudar-nos em situações do nosso dia-a-dia. No entanto, acaba por ser mecanicamente recitado sem que nos aprofundemos no seu significado.
No início das férias de Verão, de 2008, o provérbio que serve de título a este post revelou-se-me inesperadamente. Enquanto eu aguardava a minha filha, na recepção do Infantário dela, assisti à despedida de um menino, que eu achava o menos bonito da escolinha. A educadora debruçou-se sobre ele para o beijar e lhe desejar boas férias, quando ele pronunciou com uma imensa ternura:
-Sabes, professora, eu gosto muito de ti e vou ter muitas saudades tuas.

Ela abraçou-o imediatamente, porque como eu, intuiu verdade e amor naquela frase tão simples. Subitamente, olhando aquele menino, eu vi que ele irradiava beleza!
Sabe que essa metamorfose dura até hoje?! Sempre que eu entro na escola (uma vez por semana, para ir buscar o meu sobrinho) procuro com os olhos o menino mais bonito. E ele está lá…perfeitamente belo!

Tenha uma óptima semana!