segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A janela de Johary

A inquietante Janela de Johary é um conceito que tem como ideia da pessoa, a imagem de uma janela dividida em quatro; num espaço o que você mostra que é, o que os outros acham que você é, o que você acha que é, e o que você é realmente.

Acontece que frequentemente nas reuniões de família há um tema que desperta mais atenção e debate do que outros; desta vez foi a versão pessoal que cada um tem da sua história, que implica outros.

Somos  tão rápidos a julgar os outros, só porque acreditamos que os conhecemos bem; nada mais errado, nem mais presunçoso. Pois se nem a nós mesmos conhecemos realmente, como poderemos conhecer o outro?! Só porque o conhecemos desde que nascemos? Não, definitivamente. Nós somente conhecemos uma parte da história daquela pessoa. Ainda que tenhamos crescido na mesma casa, na mesma época, convivido com as mesmas pessoas, educados pelos mesmos pais, cada um tem uma história diferente. Muitas vezes com pequenos episódios e dramas que só nós mesmo conhecemos. Porque todos nós temos segredos.

Há alguns anos, a minha tia encontrou na paragem do autocarro uma senhora sexagenária, que falando com ela, lhe contou como o médico que a tinha operado tinha abusado dela. A senhora não fez queixa, nem contou aos filhos, porém naquele momento desabafou com uma estranha, que nunca mais voltou a ver.

Há um fragmento de uma cena da minha infância que eu não consigo explicar nem para mim própria; a menina que eu fui apagou um episódio e só ficou aquilo, nem o antes, nem o depois.
Portanto, quando considerarmos emitir um julgamento sobre alguém, devemos sempre dar o benefício da dúvida; não sabemos tudo do outro, nem ele próprio saberá. E de certeza não sabemos tudo de nós mesmos. Concentremo-nos na Janela!

Uma óptima semana!