(Campos junto à floresta, na Republica Checa)
Ainda em Espanha, a uns 100 kms de Portugal, encontramos a atmosfera bastante enublada; pensamos que fosse aquela neblina característica de mudança de tempo. Depois começamos a sentir o cheiro de fumo e ao entrar em Portugal deparamo-nos com os primeiros montes queimados.
Ainda saía fumo do solo, e aquele panorama negro, que pouco antes fora verde, deu-me uma enorme vontade de chorar. Que imensa tristeza, entrar no meu país e ver a desolação que o fogo criminoso causara.
Lembro-me das vidas terminadas precoce e tragicamente com estes fogos; insectos como as formigas, grilos e cigarras, lebres e aves, muitas nos ninhos ainda, sem saberem voar. Das casas queimadas, do gado e de pessoas. Dos bombeiros, que para mim são os verdadeiros heróis.
Percorremos cerca de 7000 kms nestas férias e vimos o “verde” na França, Alemanha e República Checa, em toda a sua exuberância. Lá não fazem limpezas das matas, nem das florestas. Contudo, as extensões destas são incomparavelmente superiores às portuguesas. E não acontecem fogos.
O verdadeiro problema não está na limpeza das matas; mas sim, na incompetência da justiça. Se a Justiça portuguesa funcionasse eficazmente o número de incêndios não aumentaria de ano para ano. Enquanto e Polícia prender os incendiários e os Tribunais os libertarem, os fogos de causa criminosa continuarão.
Felizmente, hoje está a chover! Graças a Deus.
Até breve.