quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Não são apenas estereótipos

 

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Até aos anos 80 os adultos e juventude, em geral, que víamos na praia eram todos magros e elegantes, acho que não preciso de partilhar uma foto actual para fazer a comparação, pois não? O que mudou para chegarmos aqui? Muita coisa, mas sobretudo a dieta. 

A alimentação, animal e vegetal, geneticamente modificada, quimicamente adulterada na sua produção para ser abundante, grande e brilhante, alimentos processados à venda em qualquer esquina, e barata! Além disso, sob o efeito de uma publicidade omnipresente, e agressiva, que sub-conscientemente alia um estilo de vida doente ao bem-estar e felicidade, os consumidores sucumbem inexoravelmente. Agora até começam a fazer crer que ter peso a mais não tem problema, que todos os corpos devem ser aceites, e que catalogar alguém como obeso é discriminatório. Quando as pessoas se deixam ir sem questionamento, o mercado livre capitalista fica sem limites.

Nas década de 70 e 80 todas as famílias levavam o lanche para a praia, ainda recordo com um gosto muito vivo, o sabor do leite com café ou chocolate da Thermos, e das sandes com queijo ou fiambre. Não havia bolas de Berlim à venda pelo areal, e uma língua da sogra ou um gelado comia-se de longe a longe. Nem existiam Take Aways, e as idas ao Restaurante faziam-se em dias de festas. Contava-se pelos dedos da mão quantas vezes se bebia refrigerantes, a água era sagrada à mesa.  O programa de domingo não era certamente uma ida ao Shopping, mas antes um passeio pela natureza, pelas cidades vizinhas, ou praia, em que se fazia piquenique. 

Por isso a nossa saúde se deteriora, temos crianças tão pequenas e já obesas, e pior, diabéticas. Os adultos, então, começam a rarear num modelo magro. Se com algo que é visível nem assim as pessoas notam e fazem marcha-atrás, fica difícil acreditar que o ser humano consiga ultrapassar-se.  

A população precisa de ser reeducada, e acreditem que ninguém o fará por nenhum de nós. A responsabilidade é individual, temos que assumi-la, para nós, nossos filhos, nossas famílias. 

Há montes de contas nas redes sociais de nutricionistas. Há imensos blogues de pessoas que partilham os seus percursos, de sucesso, na procura de uma certa dieta, motivados pela saúde e emagrecimento. Há chefs famosos, como por exemplo o Jamie Oliver, com propostas de receitas rápidas, saudáveis e económicas. Há mercados semanais, em praticamente todas as localidades, onde se podem comprar alimentos da época, saudáveis, directamente do agricultor, a preços bem mais apelativos do que os praticados pelos hipermercados. Há, cada vez mais, vendedores de cabazes bio a ser entregues em casa. Portanto, temos tudo à mão, a um clique. 

Isto é o tipo de mudança que se reflecte no nosso corpos, saúde (fortalecendo a nossa imunidade!) e carteira. Querem melhor?