quinta-feira, 20 de março de 2025

Oração

O que é a Luz na Alma:

1. É o desejo do Céu.

2. É amar o Amor.

3. É Deus escondido no olhar.

4. É ir correr até à Vida.

5. É saber que o Infinito Mistério cabe no Coração Pequenino.

6. É ouvir a dor silenciosa.

7. É caminhar até à porta fechada. 

8. É bater à Porta até ser dia.

9. É mostrar a Luz do Céu como perfume derramado.

10. É transformar o pó da terra em caminho para o Céu. 


                                       P.E. 11/Jun/2022


segunda-feira, 17 de março de 2025

Até à Próxima, Pedro! 🙏

 

Via

Eu acredito realmente que somos Espírito ou Alma, que este corpo é apenas um biotraje que a Alma utiliza nesta experiência terrestre. Que somos eternos e, portanto, a morte faz tão parte do processo da vida como o nascimento. Mas é tão difícil ficarmos sem aqueles que nos são queridos! 

Saber que nunca mais vou abrir a porta e ver aquele rosto.

Que nunca mais o vou convidar para almoçar ou jantar.

Que nunca mais vamos ficar a conversar, estando já todos a dormir, sobre assuntos que a maioria das pessoas não fala. 

Que nunca mais vou ler no WA: Bom dia, Fernandinha!

Que nunca mais o terei na minha mesa com as suas filhas. 

Que já não o ouvirei mais a tocar piano na sala, enquanto se desculpa dos enganos, apesar dele ser melhor do que o piano! 

Que já não o vou ver a construir a casa de madeira.

Que já não vou acompanhar aquela segunda vida - "Ainda tenho tanto para viver! Ainda vou ser muito feliz." 

Que nunca mais vou ouvir aquele riso malandro e franco. 

Nunca mais verei as fotos dos seus almoços e placas de terras recônditas. 

Já não ouvirei os planos mais mirabolantes a tornarem-se realidade. 

Que já não posso contar com o meu amigo de Lisboa. 


O que conversamos, o que nos rimos, o que lastimamos. Era um carácter íntegro e único. 

As saudades são sempre o pior, e já as tenho por antecipação. A falta que este querido amigo me vai fazer...


quarta-feira, 12 de março de 2025

"Retrato de Um Casamento"

 Esta é uma daquelas histórias que a minha mãe contou ao longo dos anos, algumas vezes, desta vez apanhei-a mais atentamente, e deixou-me reflexiva. 

Há muitos anos, a vizinha dela foi ao velório de um parente afastado; naquele tempo os defuntos ainda se velavam em casa; era hora de almoço, e a família comia na cozinha; ela entrou silenciosamente, para não os perturbar e pôs-se num canto sombrio da sala, a orar pelo senhor. Entretanto, entra a esposa do falecido, e julgando estar sozinha com ele, ajoelha-se a seu lado, e começa a conversar com ele, em voz baixa, agradecendo-lhe pela vida que lhe proporcionara, que fora muito bom marido, bom pai, e bom homem, que tudo o que tinha feito na sua existência era bom, e digno. E muitas outras coisas bonitas, que a vizinha da minha mãe nunca tinha ouvido na vida, e ouvia siderada, permanecendo em silêncio até ao fim. 

A esposa deste senhor nunca soube que aquela conversa tinha sido testemunhada, a parente nunca lho confessou. Mas contou à minha mãe, sempre maravilhada, com aquela homenagem tão sincera e excepcional. 

E aquilo que me ocorre pensar é que se não for para deixar um marca destas na família que constituímos nem valia a pena começar a empreitada. Mais vale viver para si, que também é direito de cada um. 

segunda-feira, 10 de março de 2025

Preocupações de Jardineira



 


Enquanto estive fora a minha maior preocupação era que as flores desabrochassem e eu não estivesse cá para ver. 

É das primeiras coisas que faço de manhã, ir ao jardim e observar as plantas, as flores, as árvores, os arbustos, um a um. Analiso os estragos feitos durante a noite, e arranjo alguma forma de os remediar. Falo com todos eles, animo-os para ficarem fortes e saudáveis. Mas creio que este ano foi, sobretudo, devido à mudança da terra para os vasos que os narcissos, as tulipas e os jasmins medraram. Estou também a pensar fazer o mesmo com as dálias novas, as que ficaram na terra vão decorar a bordadura como Deus quiser. 

Observar o jardim foi das primeiras coisas que fiz, quando cheguei, e as flores estavam mesmo quase a desabrochar. Podia-se dizer que esperaram por mim, tal como lhes pedi.
A satisfação e alegria que isto me dá! 

quinta-feira, 6 de março de 2025

"O Carnaval na Política"

Há coisas que por mais que tente não consigo entender. Não consigo entender como o conceito de paz é tão estranho à maioria; não consigo compreender como pessoas com filhos e netos, sobrinhos e irmãos, e pessoas que amam são a favor de uma guerra, noutro país, para onde os políticos europeus os querem atirar como carne para canhão! 

Ouçam o professor António Sousa Lara, não concordo com tudo, tudo, mas concordo com muito do que diz, e apresenta bons argumentos e conhecimentos. E desta vez, alguma diversão.

O Carnaval na PolíticaPara reflectir.

terça-feira, 4 de março de 2025

Fora Do Ninho. Ainda Mais.

Quando os filhos saem de casa para estudar inicia-se um processo que, frequentemente, não tem retorno, e se tiver é quase sempre bastante breve. É um marco tão impactante que até pode causar sentimentos menos bons, e essa famosa sensação do ninho vazio, pois para além do sentimento momentâneo, intuímos que chegamos ao fim de uma era, da família nuclear coesa, debaixo do mesmo tecto.

Depois disto há outro momento; quando os filhos partem para estudar fora do país. Se antes regressavam aos fins de semana ( os meus sim, estavam cá batidinhos!), essa fase intensifica-se pela ausência. A saudade é garantidamente maior, e as preocupações também sobem a outro nível. Para além disso, tem acontecido, que conheçam por esses países alguém por quem se apaixonam, e então o regresso fica fora de cena. Desde que soube, há muitos anos, que isso aconteceu a um rapaz aqui da Vila, que isso se fixou no meu cérebro, não sendo porém argumento para travar os meus filhos dessa experiencia, que é, normalmente, tão enriquecedora.

Pois bem, chegou o momento em que a saída do ninho exigiu uma maior força de asas, e a distância se ampliou para lá dos fins-de-semana! E todas as reflexões, sentimentos, emoções e preocupações saíram daquele espaço arrumado da minha mente e se expuseram sem pudor, para que as enfrentasse. Eu sei que sair de casa proporciona um crescimento enorme, a nível pessoal; e acredito que essa mudança ampliada a outra distância, cultura, língua, proporciona uma expansão da mente ainda muito maior. E quando vemos os nossos filhos ilusionados com a perspectiva dessa experiencia só podemos apoiá-los, e ficarmos a torcer por eles. 

É outra fase da vida, da nossa enquanto pais, da deles, enquanto filhos a emanciparem-se, a crescerem no mundo. É decerto desafiante, mas que seria da vida se não o fosse?