Há uns tempos os meus filhos foram a uma festa de aniversário de uma amiguinha, e quando voltaram, contaram-me, muito entusiasmados, que tinham andado pela rua, e entrado numa casa em construção. Fiquei petrificada e muda. Era uma urbanização nova, e a casa da aniversariante ficava ao fundo da rua, que não tinha saída. Segundo entendi, as crianças andaram por ali a brincar, e curiosas entraram numa casa em obras.
Mentalmente visualizei escadas sem corrimão, varandas sem protecções…alerta, alerta:
Uma série de situações extremamente perigosas, que fez acender a luz vermelha! Da memória; quando eu era criança, adorava brincar com os meus amigos e irmãs, nas casas em construção da vizinhança. Havia areia para escavar, escadas para saltar para cima da areia, divisões para brincar às escondidas. Era muito divertido ir para lá ao fim do dia e fins-de-semana, quando os trabalhadores não estavam. E os nossos pais não se importavam nada. Será que sabiam disso, sequer?!
Também brincávamos muito num monte, onde existia uma mina, cuja água formava uma espécie de lago, e cujas margens eram ligadas ao meio, por um fio de terra. Para atravessar por essa “ponte”, tínhamos que descer a correr, pois a subida era extremamente íngreme. Não sei como nunca nenhum de nós (que me recorde), caiu à água! Passávamos lá tardes inteiras, sem nenhum adulto a vigiar-nos, ou a inquietar-se connosco.
Só de imaginar os meus filhos num sítio desses dá-me um calafrio.
Em criança fazíamos praia em Vila do Conde; passávamos mais horas na água do que na areia. Não me lembro de sair do mar roxa de frio, nem de ser vigiada (excepto com bandeiras amarelas, e com vermelhas nem sequer íamos à beira-mar). Quando entrei na idade adulta descobri que a água do Atlântico é incompatível comigo, e por unicamente molhar os pés no mar, sinto-me enregelar.
Contudo, constato espantada que para os meus pequenos a água está sempre boa! Mas nunca os deixo sozinhos à beira-mar.
O que aconteceu?! Terá o mundo mudado assim tanto, desde então? Terá o nosso nível de tolerância ( térmica, inclusive), decrescido, à medida que nós próprios crescemos ?
Ou então, simplesmente, temos mais medo sendo pais, do que sendo filhos. Não lhe acontece isto?!
Boa semana!
Mentalmente visualizei escadas sem corrimão, varandas sem protecções…alerta, alerta:
Uma série de situações extremamente perigosas, que fez acender a luz vermelha! Da memória; quando eu era criança, adorava brincar com os meus amigos e irmãs, nas casas em construção da vizinhança. Havia areia para escavar, escadas para saltar para cima da areia, divisões para brincar às escondidas. Era muito divertido ir para lá ao fim do dia e fins-de-semana, quando os trabalhadores não estavam. E os nossos pais não se importavam nada. Será que sabiam disso, sequer?!
Também brincávamos muito num monte, onde existia uma mina, cuja água formava uma espécie de lago, e cujas margens eram ligadas ao meio, por um fio de terra. Para atravessar por essa “ponte”, tínhamos que descer a correr, pois a subida era extremamente íngreme. Não sei como nunca nenhum de nós (que me recorde), caiu à água! Passávamos lá tardes inteiras, sem nenhum adulto a vigiar-nos, ou a inquietar-se connosco.
Só de imaginar os meus filhos num sítio desses dá-me um calafrio.
Em criança fazíamos praia em Vila do Conde; passávamos mais horas na água do que na areia. Não me lembro de sair do mar roxa de frio, nem de ser vigiada (excepto com bandeiras amarelas, e com vermelhas nem sequer íamos à beira-mar). Quando entrei na idade adulta descobri que a água do Atlântico é incompatível comigo, e por unicamente molhar os pés no mar, sinto-me enregelar.
Contudo, constato espantada que para os meus pequenos a água está sempre boa! Mas nunca os deixo sozinhos à beira-mar.
O que aconteceu?! Terá o mundo mudado assim tanto, desde então? Terá o nosso nível de tolerância ( térmica, inclusive), decrescido, à medida que nós próprios crescemos ?
Ou então, simplesmente, temos mais medo sendo pais, do que sendo filhos. Não lhe acontece isto?!
Boa semana!