Sabe quem foi Gil Eannes? Um navegador português, mas não um qualquer, foi aquele que em 1434 dobrou o Cabo Bojador, conhecido pelo Cabo do Medo, pois ignorava-se o que estaria para além, e deu assim impulso ao glorioso período dos Descobrimentos portugueses.
Porém, este Gil Eannes de quem quero falar é o navio-hospital, que recebeu do navegador o nome, numa bonita e merecida homenagem.
Foi construído nos estaleiros navais de Viana do Castelo, em 1955, e o seu objectivo era prestar assistência médica à frota bacalhoeira, nos mares da Terra Nova e Gronelândia. Não somente à frota portuguesa, mas às de todas as nacionalidades, salvando milhares de vidas. É único no mundo!
Em 1997 o navio tinha-se tornado obsoleto e condenado ao desmantelamento. Foi resgatado da sucata in extremis e reconduzido ao porto de origem, onde lhe foram feitos restauros, tornando-se num navio-museu.
No sábado passado fomos a Viana do Castelo e fizemos uma visita ao Gil Eannes, que está na antiga doca comercial; as crianças adoraram percorrer um navio daquela dimensão, descobrir os quartos, salas, sala de jantar, cozinha, padaria, consultórios, salas de cirurgias, sala de comando e máquinas. No entanto, o mais fascinante, para a “Geração sem fios”, terá sido talvez a sala das telecomunicações, com os seus complexos aparelhos, repletos de fios e cabos!
É uma viagem no tempo; a uma época em que a vida era muito dura, as condições de trabalho precárias e o risco de vida permanente.
Aconselho muito a visita; vá admirar uma daquelas coisas que nos orgulha de ser portugueses e contribuir para os restauros que a Fundação Gil Eannes ainda tem para fazer. Adultos 2 euros. Crianças até aos seis anos grátis.
Incomparavelmente melhor do que passar uma tarde num hipermercado. Ou no shopping!
Bom fim-de-semana!