quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A escrava de Córdova


Este é o meu livro de reconciliação com os autores contemporâneos; o título agradou-me desde a 1ª vez que me deparei com ele, mas não me atrevia a lê-lo, por achar que a decepção seria inevitável. Eu explico, e é assim simples: não gosto dos autores contemporâneos portugueses. Não vou nomeá-los mas posso afirmar que foram muitos os que tentei ler e não consegui. Até que definitivamente desisti.

Porém, "A escrava de Córdova" era um daqueles livros que me estava na retina da memória e quando uma amiga, que o tinha lido e me disse que gostou muito, se ofereceu para  mo emprestar, aceitei. Tinha chegado o momento!
Bem sei que os gostos literários são pessoais, mas afinal eu não tinha nada a perder.

E não tinha mesmo, porque no fim de contas gostei imenso do livro; é um romance-histórico, o meu género preferido, passa-se no séc.X, na península Ibérica, quando esta se dividia em reinos cristãos e muçulmanos e estes últimos eram preponderantes. A parte da história que eu achava ser a menos interessante – a muçulmana - acabou por se revelar fascinante.
É tão emocionalmente turbulento verificar que muitas  das nossas ideias são preconceitos, que nada têm de real ou verídico.
É tão surpreendente, quando nos encontramos na parte da cultura mais pobre, mais simples, mais rude, mais ignorante!
Eu tinha estudado sobre todo o conhecimento árabe que nos ficou devido à permanência deste povo na Península, mas entretanto esqueci-me. E foi muito oportuno, e justo,  relembrar essa lição!

É um bom presente de Natal; compre-o para oferecer, ou compre-o como presente para si mesmo, mas leia-o.

 Até breve!