Este é o meu livro de reconciliação com os autores contemporâneos;
o título agradou-me desde a 1ª vez que me deparei com ele, mas não me atrevia a lê-lo, por
achar que a decepção seria inevitável. Eu explico, e é assim simples: não gosto
dos autores contemporâneos portugueses. Não vou nomeá-los mas posso afirmar que
foram muitos os que tentei ler e não consegui. Até que definitivamente desisti.
Porém, "A escrava de Córdova" era um daqueles livros que me estava na retina da memória e quando uma amiga, que o tinha lido e me disse que
gostou muito, se ofereceu para mo emprestar, aceitei. Tinha chegado o
momento!
Bem sei que os gostos literários são pessoais, mas afinal
eu não tinha nada a perder.
E não tinha mesmo, porque no fim de contas gostei imenso do livro; é
um romance-histórico, o meu género preferido, passa-se no séc.X, na península Ibérica,
quando esta se dividia em reinos cristãos e muçulmanos e estes últimos eram
preponderantes. A parte da história que eu achava ser a menos interessante – a muçulmana
- acabou por se revelar fascinante.
É tão emocionalmente turbulento verificar que muitas das nossas ideias são preconceitos, que nada têm
de real ou verídico.
É tão surpreendente, quando nos encontramos na parte da
cultura mais pobre, mais simples, mais rude, mais ignorante!
Eu tinha estudado sobre todo o conhecimento árabe que nos
ficou devido à permanência deste povo na Península, mas entretanto esqueci-me. E
foi muito oportuno, e justo, relembrar essa lição!
É um bom presente de Natal; compre-o para oferecer, ou
compre-o como presente para si mesmo, mas leia-o.
Até breve!