segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Meio termo

Nós não temos sempre que tomar partido perante todas as questões. Nós somos livres para escolher calar ou falar, até por uma questão de resguardo e não por cobardia, como muitos pensarão. Também é sinal de inteligência e respeito. Devemos aguardar o apuramento de factos, receber mais informação, para então tomar partido se assim o entendermos. Vem isto a propósito da acusação de violação feita a Cristiano Ronaldo; tenho lido e ouvido apenas uma opinião, estão contra a acusadora, acusam-na de oportunismo e de muitas outras coisas feias.

Na praça pública, já o Cristiano Ronaldo foi ilibado, e embora compreenda essa tendência nacional, como seria possível o nosso herói cometer este crime?!, preocupa-me que taxativamente desconsiderem a "suposta vítima"; que apenas, porque o CR7 é rico, jovem e bonito, podendo ter "todas" as mulheres que quer, seja automaticamente inocente.
Penso que, sobretudo ultimamente, vimos muitas notícias sobre homens poderosos que abusaram de mulheres, isso é facto. Para muitos homens ter mulheres que também os querem já não é suficiente, o próximo nível, muito mais excitante, é ter mulheres que não os querem. Portanto, aplicar esta defesa, é um argumento pouco credível. 

Não me parece impossível que CR7 fosse capaz de cometer esse crime, pois nem sequer o conheço para abonar sobre o carácter dele (embora no geral tenha boa impressão), e nem me parece impossível que a acusadora esteja a mentir, para tirar dividendos desta situação. Nesta equação tudo é possível. Pelo contrário, já não me parece nada possível, que 9 anos volvidos, se possa comprovar que foi o Cristiano Ronaldo a abusar dela. Se foi vítima, pecou pela demora. 

Temos mesmo que tomar partido? A minha simpatia, enquanto portuguesa, vai também, para Cristiano Ronaldo. Mas acredito que agora, a verdade será apenas do conhecimento dos dois e nós vamos ter de viver com isso.