quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Nós, no yoga



Foi no yoga, que prega a não competitividade, que me apercebi que sou competitiva. Em vez de me focar unicamente em mim às paginas tantas já estava a controlar os outros, a ver se alguém se desequilibrava, se alguém conseguia fazer um asana que eu não consegui, se fazia mais ou melhor. E ficava muito satisfeita quando achava que era eu a ir à frente. 

O que pensava, por exemplo, quando tentava manter um asana de equilíbrio era "Permanece, Fernanda, equilíbrio e força, tu consegues!". Enquanto controlava pelo canto do olho se me estava a sair bem, relativamente aos outros. 

O curioso é que não ficava contente quando as minhas colegas se desequilibravam. O que aconteceu numa das últimas aulas foi que de repente, o meu cérebro não pensou em mim, pensou em nós, e a frase que ouvi foi "Vamos, força e foco, vamos conseguir". E surpreendi-me comigo mesma, senti-me satisfeita. Aquilo é que fazia sentido!

Alguém se desequilibrou, mas não interessa, da próxima será melhor, agora já sei que é este o caminho.