Há modas com as quais nunca me identifico, e até me repugnam; leggings, por exemplo, são muito confortáveis mas para ficar em casa, sair à rua, nunca, revelam demasiado, e são extremamente deselegantes. Outras são as calças rasgadas, quer dizer, as pessoas, por regra, não gostam de roupa velha, porém, estão dispostas a pagar bom dinheiro por algo que já vem da loja com aspecto decadente! Para mim é um contrassenso e mais, uma provocação à verdadeira pobreza. Francamente, como podem achar aquilo bonito?!
Não podem, não é possível, apenas vão atrás da moda, e porque vêm nas redes sociais determinados influencers a usar este tipo de roupa. Quando deixarem de ver estes farrapos a serem usados, largam-nos com a mesma naturalidade, e passam ao seguinte.
No geral, as pessoas gostam de fazer parte do colectivo, de estar integradas, de sentirem que são como toda a gente, e por isso aderem às tendências, outros gostam de se destacar, e igualmente aderem às modas mais bizarras, sem grandes reflexões. Há dias vi um vídeo daqueles pequenos, em que um pai desesperado com o tamanho curtíssimo dos calções da filha, tinha cortado umas calças suas, e feito uns calções iguais para si, começando a seguir a filha pela casa naquela figura, enquanto lhe dizia que iria buscá-la à escola, assim vestido, enquanto filmava a cena, e ela ia fugindo dele, extremamente envergonhada; a conclusão era de que a ameaça tinha resultado, enquanto incentivava os pais a fazerem o mesmo.
Para além de divertido, o vídeo mostrava bem como os filhos se envergonham dos pais ( a maioria das vezes por coisas que nem fazem sentido, mas a sensibilidade em certas idades é extrema!), e não ficam indiferentes quando estes jogam com as mesmas cartas.
Eu acho bonita a diversidade, o estilo de cada um, há um certo risco, ao faze-lo, mas é também fonte de autoconhecimento; na semana passada conheci uma jovem canadiana que trabalha com estatísticas para o governo, seria de esperar um certo estilo, porém ela vestia umas jardineiras largas, ou over-seize como se diz agora, com camisola às riscas verde e branco, e uns óculos laranja com azul elétrico, estava mesmo muito gira. Já a irmã, que tem uma conta no TikTok, tinha um estilo muito diferente, e nada favorecedor, com uns jeans muito rasgados, que aliás, naquele dia de frio e chuva não devem ter sido nada confortáveis.
São estilos, são gostos, podem responder-me, certo, mas eu diria mais, são tendências! E de onde vêm elas? De uma indústria que percorre ultimamente um caminho extremamente decadente ( basta ver como vestiam as divas e galãs do cinema nos anos 40/50 e comparar com a actualidade), e como eu acredito que tudo está interligado, mentalidade/espiritualidade e fisicalidade, não creio que se dirijam para nada de bom. Um dirige o outro, um reflecte o outro. Portanto, a moda tem muito que se lhe diga, e para usar uma metáfora da área, este assunto daria, realmente, pano para mangas!