Apanhei parte do final de uma conversa entre duas mães, em que uma dizia quanto lhe tinha custado perceber que já não controlava os filhos, e a outra parecia compreender, abanando a cabeça de forma concordante. Isto, para mim, não faz qualquer sentido, a questão nunca foi controlar os filhos; pelo menos eu, nunca agi dessa forma, nem sequer me passou pela cabeça que a Educação passasse por aí. E acho péssimo.
Quer dizer que os meus filhos foram descontrolados? Que faziam o que lhes dava na telha? Não, nada disso, como posso explicar... eu eduquei os meus filhos de forma respeitosa para com eles, percebendo-os como entidades próprias, com direito a personalidade única, e reconhecendo neles o direito de pensarem e agirem diferente. A minha principal postura foi guiá-los, ensinando-os pelo exemplo, o que é aceitável e não, e as consequências disso; levando-os a reflectir sobre as situações, e implicações das suas palavras e acções.
Muito cedo percebi que isso do controlo é mais do que uma ilusão, é uma armadilha onde os pais sofrem por antagonismo, frustração, e engano, quando compreendem que os filhos os fintam com mentiras, meias-verdade e omissões, a fim de evitar o controlo parental.
Como fui sempre muito directa e verdadeira com os meus filhos, espero isso também da parte deles, e eles sabem que estão em território seguro para o ser.
Vejamos, nós não controlamos sequer a nossa vida, que fará a dos outros, sejam nossos filhos ou não?!