quarta-feira, 27 de julho de 2011

O primeiro despacho da Presidente da Assembleia da República

Imagem daqui
Eu tenho noção que o Dr.Fernando Nobre não esteve nada bem na forma como se portou,  na campanha eleitoral; dizer em entrevista que tinha sido convidado, não para deputado, mas para presidente da Assembleia da República! Francamente; foi um erro primário. Insistir no erro e potencia-lo ao dizer que se assim não fosse, apresentaria demissão como deputado, foi no mínimo...incompreensível!

Mas enfim, apesar da falta de humildade do presidente da AMI, eu queria vê-lo como presidente da A.R. , porque acreditei que sendo apenas cidadão, se manteria mais facilmente fora da rede de influências dos políticos profissionais.
E se o meu pensamento ia nesta linha, para a sua eleição, obviamente viria em linha contrária para aqueles que elegem o presidente da assembleia da republica- os deputados; esses queriam alguém vindo da classe política; um dos deles.
Por conseguinte, a história da eleição de Fernando Nobre teve o desfecho que conhecemos; com o mesmo a cumprir o que prometera, ao apresentar a demissão.

Quando finalmente Assunção Esteves foi eleita presidente da Assembleia da República fiquei contente; confesso que foi unicamente pelo facto de ser mulher. Porque me pareceu que o executivo do Dr.Pedro Passos Coelho tinha homens a mais. E também porque tenho esta ideia de que o contributo feminino pode fazer a diferença. Positivamente.

Porém, mais do que ser mulher Assunção Esteves é política. E não iria trair a confiança de quem a elegeu, a classe a quem pertence, e voltará a pertencer, quando a representação deste cargo terminar. Esta não dá tiros nos pés, como Fernando Nobre, porque vem de outra escola. A escola Política.

Será por isso de admirar que o seu primeiro despacho seja para atribuir um gabinete ( com duas salas) ao Sr.Mota Amaral, no Palácio de S.Bento? 
- Destacando-lhe uma assessora? 
- Atribuindo-lhe uma viatura, para uso pessoal? 
- Fornecendo-lhe motorista?

 ( Confirme a notícia aqui )

Será de admirar que os cortes se apliquem somente ao povo trabalhador, enquanto a classe política continua a privilegiar-se com leis totalmente anacrónicas?
Sim, porque para mim e grande parte - atrever-me-ei a dizer maioria?- dos portugueses, este tipo de lei já não se pode aplicar, dada a situação económica do pais. 

Que político nos salvará dos políticos?! Estou furibunda. 

Até breve!

Actualização: 
É muito português reclamar em surdina, e nada fazer de concreto, dizendo ser inútil; porém, isso não é verdade. Podemos sempre fazer alguma coisa; e quantos mais formos, maior será o impacto da nossa ação. Portanto, a minha sugestão é reclamar diretamente à presidente da A.R. entrando neste link. Eu já o fiz, e não custou nada! A isto chama-se "cidadania participativa".