quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ser uma mãe divertida em seis passos

Via
Há uns tempos o meu filho comentou que o pai tinha mais piada do que eu.
Não é que me tenha magoado, mas senti-me injustiçada. Eu tenho imensa graça! Eu sou a mãe que tem um guarda-chuva aos corações coloridos. Uns jeans da Hello Kitty. Que faz a ponte e anda de baloiço. E diz piadas.
Não é que isto seja uma competição com o meu marido. Só não achei justo.

Sempre tive sentido de humor. Embora não seja um humor muito evidente, e tenha uma certa tendência para o humor sarcástico e intrincado. Mas é humor do bom!
Por oposição, o sentido de humor do pai é mais claro. Mais fácil. 

Começei a lembrar-me de todas as coisas divertidas que fiz e faço, com as crianças, prova dos noves de que sou uma mãe divertida.

A minha primeira reacção foi começar a evidenciar o meu sentido de humor. Sempre que os meus filhos se riam, eu apontava entre as suas gargalhadas: " Ah, vês como a mãe é divertida?". E eles assentiam.
O estilo do meu sentido de humor é inglês, dizia eu. Parece que não basta ser divertida, tenho que frisá-lo.

Então, daquela gloriosa vez em que eu estava imparável, e o Duarte se contorcia de riso,  implorando-me  que parasse, porque sentia que "as bochechas subiam pela cara acima" ?
Passou a ser o meu trunfo invencivel, que eu tirava da manga sempre que diziam que o pai era divertido. Mas eu sou mais, dizia. Eu fiz-te subir as bochechas! Se não me tivesse calado, elas tinham ido parar à testa! Isto não é sentido de humor?!

Está bem, talvez isto seja mesmo uma competição com o meu marido. Mas só porque é uma injustiça.


Seis passos para ser uma mãe divertida

1º Uma mãe divertida, deixa que os filhos se sujem, quando estão a brincar. Que mexam em terra, façam boinhos de lama, e se passeiem por poças de água. De galochas, claro.
Depois lava-se e limpa-se.

2º  Brinca com eles. Inventa brincadeiras e adere às brincadeiras que os filhos inventam.
Estou a recordar-me por exemplo, daquelas vezes em que brincavamos às viagens, e improvisavamos um carro, com quatro cadeirinhas e cintos das calças, para fazerem de cintos de segurança. E íamos comentando o que víamos pelo caminho, e tirando fotos imaginárias.

3º Diz piadas. Aproveita momentos divertidos para fazer piadas, deixa-se levar pelo momento, ou transforma momentos aborrecidos em divertidos, exactamente para desanuviar o ambiente. Incentiva os filhos a dizerem piadas e anedotas; esse é um recurso simpático para fazer amizades, todas as crianças gostam  de anedotas.

4º Faz vozes. Pegar num boneco e fazer vozes, dando-lhes uma personalidade extravagante, pronunciando frases inesperadas ou provocadoras, levando as crianças a estabelcer um diálogo divertido, onde até se esquecem que é a mãe que está a segurar e a falar pelo boneco, é do mais divertido que há! Ainda há dias fiz isto com um ursinho da Letícia, e ela desabafou entre risos: " Ó mãe, ainda gosto que faças vozes!".
Isto pode ser aplicado à hora das refeições. Um prato ou colher falante, podem ser companhias divertidas que ajudam a comer mehor.

5º Inventa rotinas divertidas. O momento do banho é aborrecido? Não querem entrar na banheira e vão dizendo " só mais um bocadinho!"? Eu improvisei uma história com o sabonete, que passou a falar, apresentando-se como Senhorrr Sabonete. Porque os rrrr's ? Porque era francês, e tinha sotaque.  O senhorrr Sabonete contava-lhes as aventuras deles, enquanto os lavava e provocava, dizendo que estavam "vraiment" sujos.
Chegamos a uma altura que a história se transformou em saga, e as crianças me obrigaram a comprar um sabonete rosa, no supermercado, para casar com o senhorrr Sabonete que se queixava de solidão.

6º Dança. Desde bebés que os meus filhos dançam comigo; se no inicio era eu quem tomava a iniciativa, agora são eles, que aproveitam quando toca uma música de que gostam. Confesso que está cada vez mais difícil conseguir "manobrá-los" devido ao peso e altura, mas vamos inventando novos passos. 

Como em muitas outras coisas da educação, e exemplo dos pais é muito importante; ensinar os filhos a serem divertidos, a terem e dizerem piadas é mais outra das nossas funções. Porque o riso é um poderoso antidoto contra a tristeza e negativismo. Porque estamos a ajudá-los e integrar em suas personalidades aspectos que os tornam mais sociáveis e amistosos.

Porque a vida é melhor assim!

Até breve. Diz a mãe divertida.