Se tivesse que escolher um adjectivo para definir este livro, seria “desconcertante”. Se fossem dois, " oscilante”. Passei o livro entre sentimentos ambivalentes, ora com muita vontade de o ler, ora com vontade de desistir. Como as duas situações se sucediam, não me dando tempo a decidir-me por uma ou por outra, cheguei ao fim do livro. E ainda bem.
Numas vezes ficava com vontade de ver o filme
também, noutras dizia-me que não valia a pena.
Quanto a isso, ainda não me decidi.
A história, contada por
alto, nunca me seduziu verdadeiramente; um rapaz indiano de 16 anos, que
naufraga numa viagem entre a índia o Canadá, e se vê sobrevivente com, nada
mais nada menos, um tigre, num bote de salvamento. E pelo mar navegam durante
cerca de 7 meses. Assim, a seco parece-me incrível demais, no entanto, as
vicissitudes que vencem e a que sobrevivem levando-os aos limites de tudo, real
e imaginário, tornam a aventura muito mais incrível. Inacreditável.
O rapaz teria que ser ele
próprio a reencarnação de Vishnu, Gandhi, Einstein, Macgyver e Rambo, numa
mescla perfeita que conjugasse todos as qualidades necessárias, para
protagonizar semelhante epopeia. E está
visto que semelhante criatura seria uma caricatura demasiado cómica, para ser
levada a sério. Até numa história ficcional.
Mesmo nas última páginas, dá-se uma reviravolta que me faz rir de mim própria;- Bem feito, digo-me, é para aprenderes a não levares as coisas tão a sério.
É uma história
fantástica, muito bem escrita, que me aborreceu por vezes, me enojou (depois do
Perfume, não tinha voltado a acontecer!), me repugnou (dispenso cenas violentas
ou descrição detalhada dessas cenas), me fez pensar, rir, mas também me
comoveu e prendeu.
Não acredito que a vida
de Pi deixe o leitor indiferente. É uma vida e tanto! Digo, um livro e tanto.
Título: A Vida de Pi
Autor: Yann Martel
Pág.321
Editora: Editorial Presença
Tenha uma óptima semana!
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