Inicialmente o destino das nossas férias era o Pais Basco, parte espanhola. Porém, os diversos sítios que queríamos visitar ficavam mais próximo de Santander, pelo que optamos por aí ficar, e se provou um óptimo ponto de partida para as nossas incursões. Como habitualmente, foi através do Homelidays que encontramos casa, e como habitualmente, a nota foi muito positiva.
A Cantabria é uma provincia lindíssima. Ali sentimo-nos um pouco tontos de tanto olhar em redor, pois para onde quer que nos voltemos a paisagem natural é de parar a respiração; de um lado o mar azul, do outro as montanhas altíssimas, muito verdes, tão próximas da costa.
Santander é uma cidade muito bonita, com várias praias de areia fina, como nós gostamos, e um mar quase sem ondulação, com água praticamente morna. Sim, é o atlântico! Mas aqui assume outra personalidade, o danado. As crianças passavam horas dentro de água, eu entrava sem fazer as fitas habituais, e saía sem sequer me sentir arrepiada.
De Bilbao queria apenas visitar o Guggenheim. Uma amiga não me deu referências boas sobre a cidade propriamente dita, e de facto, a opinião confirmou-se. A minha curiosidade sobre o Museu era digamos... de cultura geral. Um museu com a reputação do Guggenheim, que recebe milhares de visitantes de todo o mundo, que é uma referência da arte moderna mundial, era um local a não perder. Ainda que eu estimasse, antecipadamente, que muito provavelmente não gostaria dele. Confirmou-se, a minha paixão são os artistas flamengos, do Sec.XV, e foram dois ou três quadros destes séculos, expostos no Guggeimhem que retiveram o minha atenção mais prolongadamente. Estava lá um muito curioso, com alusões a um poema de Camões, com temática de racismo. Um pouco perturbador.
Nota positiva para o facto de estar aberto até às 20h e de ser grátis para as crianças até aos 12 anos. Simpático.
Santillana del Mar é uma das localidades mais turísticas da Cantábria, e com razão. As casas quinhentistas, ornadas com vistosos brasões sucedem-se, pelas ruas enpedradas. A Colegiata é considerada a jóia do romanico, nesta região. Fervilha de turistas, contudo existe ali uma atmosfera ainda muito autêntica, como se não tivesse sido ainda artificializada, como frequentemente acontece nestes sítios tão concorridos.
Palácio de verão da família real |
Comillas é outra localidade muito pitoresca. Para além da Plaza maior, a vista para o mar, é imperdível a visita ao Palácio de Comillas, em estilo neogótico, e em cujo jardim Gaudi construiu um fantástico pavilhão.
A visita aos Picos da Europa foi realmente muito impressionante; fazem parte da Cordilheira cantábrica e alcançam altitudes acima dos 2500 metros. Tendo em conta que sofro de vertigens, senti que subir no teleférico até ao cume, seria o meu desafio de 2013! Cá em baixo estava calor, lá em cima havia neve. As crianças adoraram fazer uma luta de bolas de neve em julho! Fantástico.
A beleza entre montanhas, rios e desfiladeiros é extraordinária, sentimo-nos realmente muito pequeninos, ali.
De regresso a casa, passamos ainda por Oviedo, onde Woody Allen filmou "Vicky Cristina Barcelona", afirmando sobre a cidade: "É uma deliciosa, exótica, linda, limpa e tranquila cidade para pedestres. É como se não pertencesse a este mundo... Oviedo é como uma história de fadas". Aqui
Passeamos de braço dado pela rua, e ele confirmou-me. A frase é mesmo dele!
Quanto mais conheço da Espanha, mais gosto. As pessoas, muito simpáticas e educadas, um nível de vida muito bom, no sentido de saberem desfrutar muito melhor da vida, do que nós; gosto do rítmo descontraído de nuestros hermanos, aperitivos e cerveja nas esplanadas ao fim do dia, e parques infantis a abarrotar. Pessoas de todas as idades e tipos de corpos, na borda do mar a fazer caminhadas em biquinis, sem complexos.
Tudo muito bem cuidado e tratado. Auto-estradas grátis. É um destino fantástico, e muito próximo de nós.
Para além de férias, estes dias foram o meu teste de Castelhano; pude provar aos meus filhos que apesar de não ter estudado espanhol, consigo ler, entender e conversar nessa língua. A brincar, levava-os a conversar em espanhol sempre que me lembrava. E aprendemos palavras novas. Ficou, assim, provada a minha teoria sobre a escolha da segunda língua estrangeira. aqui.
E pronto. Volvemos.
Até breve!