segunda-feira, 15 de julho de 2024

Os Animais de Estimação Não São Presentes!

Para os animais de estimação há dois picos no ano, no Natal quando os pais benevolamente oferecem aos filhos um cão ou um gato,  e no Verão, quando vão de férias e descobrem que é o momento de desistir deles, porque entre o primeiro período e este descobriram que os bichos requerem cuidados, gastos, e ainda provocam, por vezes, estragos, e prejuízos. Todo o factor não mensurável, como amor que receberam entretanto, não entra no balanço. 

No Natal encontrei uma menina com o cachorrinho que tinha recebido de presente, ao colo, ele confortavelmente aconchegado a ela e a menina muito feliz e orgulhosa. Entretanto, soube que a família o devolveu ao canil. Razões apresentadas: O apartamento é pequeno ( deve ter encolhido entretanto), os vizinhos queixam-se que ladra muito ( não sabiam da política do prédio?!); o cão efectivamente ladra bastante ( está num apartamento e não o levam a passear, e esperam o quê?!). 

Seria de supor que numa família com 2 adolescentes, um deles obeso, passear o cão seria uma tarefa assumida obrigatória e diária ( para mais o jardim fica quase em frente), por algum deles. Ou não teria isto sido conversado antes?! É que tem que ser, tudo tem que ser analisado e ponderado, perante a decisão de adoptar um animal, e compromissos têm que ser feitos! 

Este tipo de coisas revolta-me imenso. O cachorro, retirado à mãe aos poucos meses, passou para o colo da menina, daí ao canil, entre dezenas de outros cães, de todas as origens e com todo o tipo de historial. Já estive num canil, sei como aquilo é, apesar de toda a higiene, profissionalismo, comida e bebida garantidas, para um cão, estar naquele espaço é dramático. 

Mas há pior, as histórias de animais abandonados pelas ruas, e montes surgem mais por esta altura. Só me pergunto, que tipo de gente é esta...  obviamente, gente que não reflecte, mas pior, não sente. Muito triste. E por isso, cada vez mais encontro pessoas que não entregam os seus animais a qualquer pessoa, exigindo uma "adopção consciente". 

Não são bonecos, são seres sencientes, capazes de comportamentos inteligentes, bondosos, e por vezes até heroicos. Merecem totalmente o melhor de nós.