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Imagino que, ser pai nos
dias de hoje seja muito diferente de ter sido pai, no tempo dos nossos pais e
avós. Com certeza, nunca terá sido fácil; porém antes, a função principal do pai,
era ser provedor da família, e transmitir aos filhos valores, pelo exemplo. O
diálogo era desvalorizado e a expressão do amor paternal desnecessária.
O amor estava implícito
no cuidar, através do cumprimento das funções anteriores. A educação era da
responsabilidade da mãe, assim como todos os outros deveres relativos à criação
dos filhos.
Face a uma mudança de
hábitos e costumes, como a entrada da mulher no mercado de trabalho, o homem
teve que adaptar-se a um papel de pai mais activo e interventivo. Actualmente,
o pai está implicado na educação dos filhos, em pé de igualdade com a mãe; ele
dá banho, muda fraldas, dá de comer e veste. Leva as crianças ao Infantário,
conhece os amigos, leva ao médico, e vai às reuniões escolares.
O pai dos tempos modernos
continua a prover o lar, juntamente com a mãe, e desempenha agora, em casa, as
funções necessárias ao bom funcionamento da família.
Dá colo, abraça e beija. Leva
os filhos ao parque para brincarem, joga futebol com eles, e entra nas lojas de
jogos de computadores, que os filhos tanto gostam. Aprendeu a jogar consolas,
aderiu às redes sociais, e a todas as tecnologias que os filhos utilizam, e de
que falam, para ficarem mais próximos.
Conversa com os filhos,
sobre temas que, frequentemente o deixam algo apreensivo, e até desconfortável;
ninguém o tinha preparado para ensinar ou elucidar os filhos, em determinados
assuntos. Contudo, o relacionamento mais íntimo que se construiu, devido a esta
nova interacção pais/filhos, conduz a uma proximidade que dá abertura a todos
os temas.
Ser pai, numa sociedade
em constante e rápida mudança, e conseguir acompanhar os filhos, constitui per se, um desafio enorme. Ser pai, numa
sociedade que atravessa uma grave crise económica, apresenta-se ainda como algo
mais complexo; porque todos os pais querem e desejam, proporcionar aos filhos
tudo aquilo que eles necessitam, para crescerem saudáveis e felizes.
Se antes a figura
paternal era um modelo inspirador, actualmente é um modelo em construção
permanente, adaptando-se a exigências diversas.
Felizmente, aquilo que
fica na memória dos filhos são os laços afectivos, desenvolvidos pelo tempo
partilhado com os seus progenitores; o amor, a preocupação, a protecção, e o
tempo de lazer, deixarão marcas indeléveis, que serão carinhosamente recordadas
pela vida afora.
No fim de contas, aquilo
que permanece connosco para sempre são os sentimentos e emoções.
Feliz dia do pai!
Nota: Este é o meu artigo, publicado na Bigger Magazine de Março. Nas bancas à primeira 4ª quarta-feira de cada mês, em Guimarães, Vizela, Braga, Fafe, Famalicão, Sto Tirso e Felgueiras.