Há cerca de um ano que o Duarte não se mostrava interessado em qualquer filme de animação. Pensei com alguma tristeza que para ele tinha acabado essa fase. Pareceu-me, porém, algo estranho porque sendo ele um miúdo que não aprecia filmes e que foi habituado a ver animação, pensei sinceramente que ele se juntasse àquele grupo de adultos que gostam de filmes de animação.
Confesso, no entanto, que também acho que os últimos filmes de animação não foram lá grande coisa. E talvez no fundo fosse essa a razão para o desinteresse.
Portanto, fiquei bastante surpreendida quando o meu filho me falou do" Filme Lego", dizendo que gostaria muito de vê-lo. Mas quando se trata de recuperar alguma coisa que me parece valer a pena, entro imediatamente em modo vamos lá.
Já tinha assumido que não esperava muito deste filme. A Letícia gostou imenso e o Duarte disse que de 0 a 10, dava-lhe 10. Não é pouco, para o meu filho! Gostou das construções constantes e da acção.
Já eu, tive que recuar na minha opinião precipitada; parece-me até que este filme deveria ser visto por todos os adultos. Para se lembrarem de como é brincar. Para se recordarem que brincar não tem nada a ver com ordem, limpeza e nexo. Que na brincadeira tudo é permitido, e um dragão T-Rex pode muito bem estar no topo de um arranha-céu. Na brincadeira reina a imperfeição.
Que ser o "homem de lá de cima" também pode ser divertido se ele se esquecer das regras da organização por alguns momentos. Porque os adultos também precisam de brincar, e para tal devem recordar como se faz, através dos mestres da brincadeira - as crianças.
O Duarte ainda tem uma caixa enorme de Lego no quarto. Já raramente brinca com as peças mas não permite que saiam de lá. Eu ainda me recordo, e menciono de longe a longe a casinha de Lego que tive na minha infância. Uma vez apreciador de Lego, Lego para sempre? Talvez.