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Como conheço a menina em questão não me pareceu de todo que fosse "um caso perdido", se é que os há.
Lembrei-me logo do "Elemento", um livro que deveria ser de leitura obrigatória, para pais e educadores. Enquanto isso não acontece vou divulgando eu mesma o seu conteúdo, sempre que vem a propósito.
O nosso sistema educativo é feito para as massas, e há crianças que não conseguem encaixar nesse paradigma; no entanto, a máquina não se compadece desses casos, que não são tão poucos como isso, prefere tratá-los como excepções que podem emperrar a engrenagem. Por isso, limita-se a trucidá-los, na sua marcha cega e prepotente. Em resultado desse tratamento temos crianças desmotivadas, com baixa auto-estima.
Não significa que estas crianças sejam menos inteligentes, menos criativas, menos interessadas. E os inúmeros casos de crianças com insucesso escolar que se tornaram casos de sucesso na vida atestam-no. Simplesmente, as suas capacidades estavam inutilizadas, por descobrir frequentemente, quando tudo o que a escola lhes pede e exige é que saibam reproduzir conhecimento. Que tenham sobretudo capacidade de memorização.
Porém, a família e quem rodeia a criança, que deveriam suspeitar deste sistema atroz, limitam-se a aceitá-lo sem contestação, lançando olhares de decepção à criança, que marcam a alma, como o ferro quente marca a pele. Para sempre.
Compete-nos a nós, enquanto pais e educadores, ajudar as nossas crianças a descobrirem aquilo em que são bons. Aquilo que fazem sem custo, mas antes com alegria. E dar-lhes condições de porem em prática os seus talentos. Depois de realizados numa área que verdadeiramente apreciam, o resto melhora, e quem o diz não sou eu (embora acredite,) são os especialistas.
Quem sabe esta menina não se tornará uma excelente bailarina ou cantora? Ou até estilista? Se for esse o seu elemento, vai ser feliz com certeza.