quarta-feira, 15 de junho de 2022

"Felicidade eterna"

 A aula de yoga termina com o relaxamento, em que a instrutora nos conduz numa espécie de meditação, consiste em visualizar, por exemplo, um pôr de sol, uma praia deserta, um bando de pássaros a voar, etc. , mas de repente, ela passou para algo totalmente abstracto, com "a felicidade eterna", e eu empanquei ali. Já não ouvi mais nada, pois fiquei a pensar como seria isso, qual seria a sensação. 

Sigam-me na muito breve e profunda reflexão. Em alguns segundos realizei que a felicidade eterna só se poderia sentir junto à fonte, ou a Deus, o princípio e o fim, como quiserem chamar, porém, para regressar aí (ao principio), devemos estar já num estado compatível com ele, caso contrário, permaneceremos a onde somos compatíveis. Portanto, experimentamos o mundo da fisicalidade, aprendemos, evoluímos, ou não, ou estagnamos, ou evoluímos intercalado com estagnados, durante muito tempo, muitas vidas, até que finalmente estamos prontos, chegamos ao fim, e nos reunimos com a origem. Seremos uno. E aí sentiremos, por fim, a felicidade eterna. 

Ufa...finalmente em casa! Deve ser algo similar, mais, ainda muito, muito mais, a uma lua de mel, ou férias muito desejadas, num destino paradisíaco e sonhado. 

Contudo, continuarmos nesse estado de felicidade eterna não nos aborrecerá, ao fim de algum tempo? Não nos dará vontade de regressar aos desafios da vida material? 

Se me perguntassem agora, eu diria que estou pronta para me reunir com a Fonte ( não já-já...! No fim esta vida, mais adiante.), que já não aguento mais a realidade deste mundo, mas também percepciono que viver em felicidade eterna, eternamente, deve ser bastante monótono, e por isso talvez a vida das almas seja assim, voltamos à fonte, descansamos, cansamos da mansidão, regressamos ao desafio, cansamos das dificuldades, voltamos à fonte, e andamos nisto eternamente. 

Que vos parece?