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Foi há muitos anos, não recordo quantos exactamente, mas lembro-me nitidamente da impressão que a visão das centrais nucleares me causaram, ao viajar através de França. E a impressão foi negativa, foi de medo e de desconfiança.Quando há alguns anos atrás, uma personagem da política nacional se lembrou de construir uma central nuclear em Portugal, eu voltei a sentir o mesmo receio e apreensão. Felizmente a opinião pública não recebeu nada bem o projecto, e este não passou disso mesmo. Deo gratias!
Ao longo dos anos, tenho lido, esporadicamente, sobre a população de Chernobyl; sobre a terra que ficou contaminada, sobre as pessoas que morreram e sobre as crianças que nasceram, doentes e deformadas. A vida continua para muitas dessas vítimas, porém após o desastre, é uma vida de luta pela sobrevivência. E parece-me que o mundo se esqueceu disso; felizmente nem todos os países, como Cuba, por exemplo, que apesar do embargo, apesar da severidade do estilo de vida, ainda possui uma parcela para a solidariedade, recebendo centenas de crianças em hospitais à beira-mar, onde estas fazem curas e tratamentos, durante meses e mesmo anos, longe das suas famílias, sem qualquer custo para estas.
Obviamente a evolução da raça humana se deve a investigações, estudos e experiências, das quais muitas envolvem enormes riscos; contudo, parece-me que os sucessos nos cegaram impulsionando-nos a maiores riscos, para maiores resultados, dando-nos a pretensão de que podemos dominar aquilo que criamos.
Infelizmente, isso não acontece. Existem imponderáveis, como um sismo por exemplo. E então chegamos à conclusão de que estamos a brincar com o fogo. Que lidamos com forças e conhecimentos mais poderosos do que inicialmente julgamos. E que não sabemos ao certo como lidar, como resolver, como solucionar os problemas que surgem. E por isso, uma nação inteira treme e ora de medo, e o resto do mundo ajuda como pode, com tecnologia e oração também.
E nessa pausa de expectativa, a China, a França e Alemanha suspendem projectos nucleares. Outros países revêem as suas politicas de gestão e manutenção das centrais nucleares. E nós deixamos a nossa respiração em suspenso.
Se já antes eu achava que deveríamos aproveitar os recursos da natureza para produzirmos energia, aproveitando o sol - através dos painéis solares, aproveitando o calor do solo- geotérmica, aproveitando o vento- turbinas eólicas, e através das ondas do mar, hoje estou ainda mais convicta de que esse é o caminho.
Talvez um dia as casas do futuro sejam totalmente independentes, utilizando a energia que a natureza lhes fornece. E a industria, também. E os países igualmente. Esse é verdadeiramente o tipo de ficção científica que me interessa - que a evolução da raça humana, nos proporcione um planeta seguro, e limpo.
Mais do que venerar a tecnologia, eu venero o sol, o vento, o ar, e a água.
Tenha uma óptima semana!
Este post é dedicado à Rose, uma leitora querida, que vive no Japão.