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Sermos falíveis é inerente à nossa condição de seres humanos; falhamos em todos os aspectos da nossa vida, nas nossas relações de trabalho e pessoais. Porque não falharíamos como pais? Não queremos, mas acontece, é mesmo inevitável, porque não sabemos tudo. Não há curso para ser mãe/pai, não há manual incontestado para seguir. Estamos obrigados a percorrer um caminho desconhecido que nós próprios temos que fazer. E nessa tentativa de trilhar um caminho só nosso, vamos encontrando inúmeros percalços. Fazemos avaliações erróneas, agimos irreflectidamente, repetimos modelos incorrectos, decidindo frequentemente em cima do acontecimento. E erramos muito.
E como isso nos deixa tristes e zangados! Impotentes, perante nós mesmos, pois erro após erro é a prova de que nos custa aprender, e de que não somos...perfeitos!
Não há pais perfeitos. Assim como não há filhos perfeitos; nós e eles vamos tentando conciliar as nossas personalidades, emoções e comportamentos, sempre na tentativa de alcançar um compromisso feliz.
Recentemente, perante uma situação em que o meu filho se poderia ter magoado gravemente, eu gritei com ele, e com a irmã, que por acaso nem estava a brincar daquela forma, num impulso irreflectido. O medo também nos leva ao erro; e soube logo que a minha reacção foi causada por aquele sentimento aterrador. Respirei fundo, para me acalmar, e soube de imediato o que tinha que fazer. Pedir desculpas aos meus filhos.
Falei com eles, com a mesma sinceridade com que falo para mim mesma, e que falo aqui. Eu amo tanto os meus filhos, que o medo de que algo lhes aconteça me pode levar a ser injusta e a cometer erros. Só me restava explicar isto mesmo, e pedir desculpas, explicando, pela centésima vez que a mãe também erra, também é injusta. Sou humana, como todos!
Acredito que pedir desculpa não me diminuí perante os meus filhos; pelo contrário, ensino-os a respeitar-me pela minha sinceridade e falibilidade. Ensino-os a reconhecer o erro, e a dignidade no acto de pedir desculpas.Para que eles também o possam fazer, sem sentirem constrangimentos nem orgulho.
E você, caro leitor, é do tipo que pede desculpas, ou só exige desculpas?
Até breve!