quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O que é a liberdade?

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Este artigo que li na Marie Claire* deixou-me a pensar durante vários dias. Perguntaram a algumas mulheres o que era a liberdade para elas, e as opiniões foram todas diferentes.
Uma dizia que não havia liberdade sem liberdade financeira. Outra dizia que liberdade é poder dizer o que pensa. Outra, que era poder ser o que muito bem entendesse; se era uma "Barbie", era livre para fazer essa escolha.
Outra dizia que podia estar na dependencia completa de outra pessoa e ainda assim, ser livre.

É verdade que o meu pai concordava com a primeira definição, e muitas vezes ma citou, no entanto, ao longo da vida tenho visto muitas pessoas que são livres financeiramente, e não são livres de todo. Não fazem o que querem, e vivem subjugadas.

Há pessoas dependentes emocionalmente de outrem; constantemente à espera do aval, do consentimento, da aprovação, sem ousarem dar o passo que desejam.

Há pessoas que são livres de se exprimirem, pois vivem em países politica e socialmente tolerantes, e  não o fazem, por puro desinteresse. Basta olhar para as estatísticas de abstenção nas eleições, por exemplo. Por outro lado, há pessoas confinadas ao presídio, e que sempre foram livres, como o caso de Nelson Mandela.

Poder dizer o que se pensa, ter dinheiro na carteira, poder ser o que se deseja, é ser livre? Não me parece, até porque frequentemente para se possuir algum destes requisitos, renegamos outros, que violam a nossa liberdade. 

Será que ser livre, é mesmo possível?!

Bem, talvez seja realmente algo muito pessoal e até mesmo íntimo, mas para mim, ser livre é ser "educado". Não me refiro às boas maneiras, nem ao conhecimento livresco, ensinado nas escolas. Refiro-me à educação que transforma o ser humano num ser pensante, autónomo, e consequentemente, com pensamento crítico.
Para mim, a liberdade está na mente, e nesse caso, nunca ninguém será capaz de nos subjugar. Um dos meus objectivos na educação dos meus filhos, é exactamente esse: educá-los para essa liberdade.

Até breve!

* Marie Claire, edição francesa, agosto 2012