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As séries que vou descobrindo dividem-se em dois tipos: as que não valem a perda de tempo e as demasiado temáticas. Enquanto às primeiras ignoro passados alguns minutos, às segundas ainda lhes dou uma oportunidade. Mas acabam por me aborrecer imenso. Por serem.... demasiado temáticas!
Por exemplo, Anatomia de Grey, é passado num hospital, logo à partida o que poderemos esperar daí? Desastres, acidentes, cirurgias, amputações, mortes, sofrimento, desgostos. O pior é que não são apenas os pacientes que estão incluídos neste pacote, os próprios personagens principais também são arrastados para esta dolorosa paisagem; quer dizer, acidentes aéreos, tiroteio dentro do hospital, tempestades naturais ? Tudo isto lhes entra pela porta adentro. Não têm, para contrabalançar, uma versão mais normal, mais pacífica, para apresentar? A relação pessoal destas personagens por exemplo? Claro que é parte da história, ao de leve, mas ainda assim acabam todos no mesmo sítio: na cama, em rotação, ou reciclagem, como preferir.
O sexo e a cidade. Acho que o título foi mesmo muito bem escolhido. Um tiro certeiro! Eu acho graça a esta série, por vezes os diálogos são comicamente delirantes, e no entanto deixam-nos a pensar. Mas ainda assim...é sexo a mais e amor a menos, e pelo menos para mim, um ainda está ligado ao outro.
E o Glee? Começou tão bem, era uma série que podíamos ver em família, as músicas actuais, as coreografias perfeitas, passavam o episódio a cantar e a dançar, tendo pelo meio uma história simples de luta pelo sonho. Proporcionavam-nos um bom momento de diversão. Contudo, ao longo das séries foi evoluindo num sentido em que perdeu o fio condutor; os personagens estão desfragmentados e o sexo tem-se tornado um dos atributos principais.
Apartamento 23 é uma daquelas séries, tal como Tudo acaba bem, de amigos que acabam enroscados uns com os outros e se tratam carinhosamente por "cabra". De todas as séries este tipo é aquele que eu menos gosto. Preocupa-me imenso que esta ideia de sexo descomplicado, descomprometido e cool se torne demasiado atraente para os jovens que ainda estão demasiado permeáveis ao que vêm na televisão. Há dias ia a passar perto da escola dos meus filhos, e ouvi um rapaz a chamar por uma colega, em termos pejorativos, o que imediatamente me remeteu para estas séries.
Poderia continuar com uma lista de outras séries temáticas, para defender a minha tese, mas seria demasiado aborrecido. Vou encurtar o blá-blá, concluindo que as séries temáticas são todas iguais por baterem demasiado na mesma tecla: sexo.
Argumentistas precisam-se! Capazes de escrever histórias interessantes e inteligentes. Que nos inspirem e façam pensar. Pedagógicas e simultaneamente lúdicas. Que possamos ver em família, e não tenhamos que mudar o canal apressadamente quando fazemos zapping.
Que saudades de Downton Abbey!
Até breve.