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Na realidade, esta conversa surgiu enquanto eu estendia um tecido em cima da mesa e o cortava para fazer uma saia. A minha segunda saia. E como estava concentrada no que fazia não desenvolvi a conversa, mas o mote ficou-me no pensamento.
O que acontece actualmente é um retornar a uma série de coisas que ainda há pouquíssimos anos julgavamos que eram para "velhinhos". Que estavam ultrapassadas, fora de moda, hábitos de outros tempos. Como a costura, o tricô, as artes manuais em geral, o ter uma horta ( e mesmo quem não tem tenta reproduzi-la na varanda); cozinhar também renasceu das cinzas, e ultimamente até mesmo cozinhar para os animais de estimação, quando ainda ontem se dizia que a comida em biscoitos é que era saudável e completa, para os nossos amigos de quatro patas.
Dizem os especialistas que é tendência um certo revivalismo, durante as crises; que as pessoas buscam recriar hábitos e costumes de tempos idos, como se desse modo recapturassem uma certa segurança. De facto, não sei se na base está essa motivação, o que sei é que me agrada imenso esta mudança de atitude. Porque socialmente é mais consciente, mais saudável, mais equilibrada e em termos energéticos tudo combinado, em benefício de cada pessoa. Já para nem mencionar o ónus económico que implica.
O que é a moda, afinal? Acredito que seja uma tendência, mas também me parece que se tornou muito mais flexivel, e abrangente; dei uma vista de olhos nas tendências de verão, e apesar de surgir em força, o vermelho, laranja, rosa, azul e amarelos, todas as outras cores da paleta estavam igualmente presentes. Usam-se calças justas, mas também largas. Maxi saias, mas também minis. Ou seja. a moda é aquilo que nós quisermos. E talvez essa seja a verdadeira revolução da moda, o que me parece a maior tendência a seguir e acalentar.
Creio mesmo que escolher actividades ou roupas porque nos agradam é o derradeiro dos luxos.