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A capacidade interpretativa não é valorizada, e o raciocínio individual é espezinhado como uma erva daninha que se pode tornar incómoda e perturbadora.
Tudo o que este tipo de sistema de ensino promove é um trabalho de memória, que vai de encontro aos manuais. Não interessa se o aluno aprendeu realmente, e de facto, frequentemente, quando o aluno é colocado perante a mesma questão, feita de outra forma, ou que exiga raciocínio, já não consegue responder com o mesmo sucesso.
Para que serve semelhante sistema? Os alunos ficam formatados num modelo colectivo e estereotipado. É mais fácil controlá-los. É mais fácil avaliá-los.
E assim se fazem cidadãos acríticos, como convém ao sistema, já não apenas educativo.
Não é possivel que o Ensino permaneça o mesmo de quando era eu a aluna. Um sistema que incentiva e premeia a memorização em detrimento do pensamento crítico. Que produz papagaios em vez de seres pensantes, com opinião própria.
A forma como a educação é exercida tem que dar um volte-face; as crianças estão mais exigentes e esperam aprender algo que lhes seja útil e faça sentido. Esperam ser ouvidas, e tidas em conta. Cabe aos professores chegar até elas, saindo das suas estratégias fossilizadas que já não correspondem ao que os alunos esperam e merecem.
Ser professor deixou de ser uma profissão cómoda e monótona, está repleta de desafios e enigmas, que esperam ser resolvidos e ultrapassados. Só assim o sucesso dos alunos é alcançado, e em última análise o dos próprios docentes.
Chegamos a um tempo em que ao Ensino copy+paste só podemos fazer Delete!