segunda-feira, 27 de abril de 2020

A mesma tempestade

Quando vejo um daqueles desenhos das crianças a dizer "vamos ficar todos bem", sorrio; a infância é tão doce e confiante. Quando vejo um adulto a escrever a mesma frase, apetece-me gritar-lhe: Acorda, és alguma criança?!

Não estamos todos no mesmo barco, há barcos, barquinhos e barcarolas, enfrentamos sim, todos, a mesma tempestade. 
E já há sinais alarmantes disso:

"A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, disse este domingo à Renascença que “nunca viu nada assim”, referindo-se ao aumento dos pedidos de ajuda à instituição no contexto da pandemia de Covid-19, que neste momento já chegaram a 55 mil.
"Estamos a falar de 11.500 novos pedidos de apoio alimentar só este domingo de manhã. E isto são agregados familiares...
São pessoas de profissões muito, muito diversas. Desde os motoristas de taxi ou de Uber, pessoas que trabalham em ginásios, fisioterapeutas, dentistas, trabalhadores de circos ambulantes, feirantes, cabeleireiras, manicures, pessoas das profissões ligadas ao turismo. E aquilo que temos hoje é um grande número de pessoas que, de repente, não têm qualquer rendimento ou remuneração."
in Renascença