quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Quem pergunta quer saber


Ás vezes recebo emails de mães a tempo inteiro a desabafar, porque se sentem incompreendidas e isoladas, pela opção que tomaram. É novidade para alguém? Não pois não? É mesmo assim. Outras vezes, fazem-me perguntas directas, querem uma opinião, um conselho sobre determinado assunto, e na medida do possível eu respondo dando alguma orientação.
Sinto que é também  para apoiar, ainda que seja com uma palavra amiga, que o meu blogue existe. Contudo, quando o abri foi com o objectivo de me expressar e dar a conhecer outra faceta, que não a da maternidade, uma afirmação positiva - Sim, sou mãe a tempo inteiro, mas tenho interesses diversificados e opiniões sobre os assuntos.

Porém, se o  Mãe e muito mais cresce também nessa direcção será  porque aqui as leitoras, muitas vezes silenciosas, encontram quem as compreende. E não estou a falar somente de mim, falo de todos aqueles que frequentam o blogue, e aqui deixam as suas opiniões.
Nesse sentido, abri uma página no Facebook onde poderemos conhecer e expandir a nossa comunidade, com a finalidade de trocar experiências e promover amizades entre mães a tempo inteiro. Convido todas as mães, nesta situação, e simpatizantes da causa, a juntarem-se a nós. É só clicar!

Ainda nesse sentido, inicio hoje uma "coluna" intitulada: "Quem pergunta quer saber", onde um email de alguma leitora será publicado,  ao qual eu responderei, e vos peço, que se juntem a mim a contribuam com sugestões, numa atitude de solidariedade e amizade virtual, para ajudar quem busca uma resposta. Lá diz o ditado: Várias cabeças a pensar pensam melhor do que uma.
Iniciamos com um pedido da Xana:

"Fernanda,
já deixei uma vez um post fica aqui outro: sou jurista de formação, sigo o seu blog desde que o meu filho nasceu há 15 meses. a uma semana do nascimento do meu filho trabalhava 10h por dia, não via a família nem os amigos e só vinha a casa para dormir e toda a gente achava lindamente pois ganhava 2900 mês e estava a fazer pela vida.
Com o nascimento do meu filho simplesmente não me imaginei a fazer tal vida, tenho 37 anos e lutei contra a infertilidade ( por pouco não conseguia ser mãe) mas a única coisa que me dizem é que eu enlouqueci. e que não me aguento só com o ordenado do meu marido e que a vida está cara e que eu devia pensar no futuro, mas digam lá a verdade, alguém já fez as contas a quanto gasta por estar fora de casa? tenho colegas que trabalham por 100 euros mês pois pagam quase 500 euros de infantário, mais de 200 de empregadas outros 200 em gasolina ( já nem estou a contabilizar as refeições) façam lá bem as contas...
que mal tem ser mãe a tempo inteiro? já me realizei muito neste tempo...tirei uma formação de conselheira de amamentação e ajudo mães com problemas na amamentação...o único problema é o isolamento pois não tenho amigas na mesma situação, mas quando trabalhava estava igualmente só pois não via os amigos nem a família e não é por estarmos num local de trabalho com pessoas que deixamos de estar isoladas.
por favor se por aqui existem mulheres na mesma situação que eu e que queiram artilhar experiências e apoio entrem em contacto comigo.
shulman_xana@hotmail.com "

Xana, essa é a reacção comum da maior parte das pessoas; simplesmente não estão habituadas a ver mulheres escolherem ser mães a tempo inteiro, em detrimento de uma carreira. Que se sacrifique a família é aceitável, mas não o trabalho! E parece-me que temos mesmo que aprender a conviver com essa atitude, tendo presente que vivemos a nossa vida conforme a nossa consciência e vontade, pois só dessa forma poderemos ser felizes. E fazer as nossas famílias felizes!
Quanto ao isolamento, é compreensível; eu também não conhecia nenhuma mãe a tempo inteiro, o que já não acontece. Aqui mesmo, na blogosfera, o número é crescente, e acredite, mesmo que o contacto seja virtual a partilha de experiências e informações pode ser muito compensatória.
Beijinhos e tudo de bom!

Quem vem dar uma força à Xana?

Nota: nomes e emails, só serão publicados com consentimento dos próprios.
Até breve!