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Todas as crianças gostam imenso do Natal. É normal, é uma festa que reúne toda a família, em que as crianças recebem presentes, muitos presentes, e ficam acordadas até tarde.
É um
pacote completo.
O
protagonista da noite é aquele tipo simpático, bonacheirão, e generoso que vem
distribuir os presentes pelas crianças, sabendo se elas se portaram bem, ou
não. E esse é com certeza o momento alto do Natal; se perguntarmos a qualquer
criança porque gosta do Natal, responde que é pelos presentes. É normal.
Há alguns
anos atrás, em muitas famílias, era o menino Jesus que punha os presentes no
sapatinho. Porém, essa versão foi-se desvanecendo à medida que a do Pai Natal
ganhava terreno, até se impor totalmente.
Tenho-me
questionado como aconteceu isso. Talvez os comerciantes não achem muito
credível a ideia de um menino recém-nascido, que mal nasce se põe a distribuir
presentes pelo mundo. A história assim contada não tem muito sentido, e nos
sabemos como já é difícil fazer acreditar às crianças, que aquele senhor
barrigudo passa pelas chaminés das casas.
Portanto,
talvez tenham sido os comerciantes e os publicitários, a dar uma mãozinha a
esse senhor do Norte da Europa. Mas isso nem sequer interessa, realmente. O que
importa aqui é o que isso significa. Essa mudança não teria nada de errado, se
não levasse a reboque a ideia principal do Natal: a religiosidade da data. No entanto,
podemos conciliar os dois; um é personagem da estória de Natal, Outro é
protagonista da História.
Enquanto
o Pai Natal representa o consumismo, o menino Jesus representa o amor.
O Natal
não é uma festa que se celebre com o pretexto de gastar montes de dinheiro, de
exacerbar o consumismo, de exaltar o materialismo, de comer e beber
excessivamente. Mas tornou-se assim, e é por isso mesmo que muitas pessoas,
quando adultas, deixam de sentir a magia do Natal. Não sobrou nada da infância.
O Natal
é a celebração do nascimento do menino Jesus, que nasceu e se fez homem, com a
missão de passar uma mensagem de amor. É uma metáfora, para o nosso próprio
nascimento, lembrando-nos, ano após ano, que temos mais uma oportunidade, de
renascermos. É um lembrete à nossa mudança.
O menino
Jesus é realmente generoso; ele veio dar-nos o que de mais precioso tinha: a si
mesmo.
Ele não
entra pela chaminé, mas está connosco, porque estamos reunidos em nome dele,
pois foi isso que Jesus disse.
Ele adora crianças (- Deixai vir a mim as criançinhas, pois é delas o reino dos céus); ele também observa todos os meninos durante o ano, vendo quem se porta
bem ou mal, e se merecem presentes.
Celebrar
o Natal sem centralizar as atenções do Advento no menino Jesus é desvirtuar a
celebração; é celebrar a festa de aniversário, esquecendo o aniversariante.
Se
dissermos isso aos nossos filhos, eles irão compreender. Além de tudo, no dia
em que o mito do Pai Natal cair, haverá algo de muito mais sólido a que se
agarrarem. É que a crença no Menino Jesus não tem validade!
Tenham um óptimo fim-de-semana!