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Não gosto de livros que estejam no top dos mais vendidos.
Nem de livros escritos por autores de best-sellers consecutivos. Nem sequer de
livros que toda a gente esteja a ler. Preconceito? Talvez, mas é mesmo assim. Por
isso, quando há cerca de um ou dois anos, todos andavam a ler A Cabana, o meu
interesse esmoreceu. Contudo, como a opinião geral era consensual, como sendo
um bom livro, acabei por lê-lo. Quando já ninguém mais o fazia, claro.
Para variar das opiniões gerais, não gostei do livro.
Aviso: se ainda não leu A Cabana, mas pretende fazê-lo,
salte o próximo parágrafo, para não estragar a surpresa do argumento.
Tudo acontece quando Mack, pai de 3 crianças pequenas,
vai acampar num fim-de-semana, com os filhos. Enquanto ele socorria os dois
filhos mais velhos que tinham caído da canoa no lago, a filhinha mais nova era
raptada. Sendo quase de seguida assassinada por um serial killer.
A família tenta sobreviver a esta tragédia, cada um à sua
maneira, mas Mack estava a tornar-se na sombra de um ser humano. Então, recebe
um bilhete de Deus, convidando-o a encontrar-se com Ele, na tal cabana, onde a
filhinha tinha sido assassinada. Ele vai, e entra numa outra dimensão, deparando-se
aí com a Santíssima Trindade; Deus, como uma mulher negra, Jesus, como ele próprio
tal como o conhecemos imaginamos, e o Espírito Santo na forma de uma mulher etérea asiática.
Nesse fim-de-semana, Mack, espanta-se, conversa,
questiona, chora, revolta-se, aprende e conforma-se. Ou aceita.
Porque é que não gostei? Primeiro, porque achei a
concepção de Deus e da Santíssima Trindade muito pessoal. Não me identifiquei.
Não empatizei. Acho que cada um de nós tem uma ideia, sobre essa inteligência
superior a que chamamos Deus, e a minha não é essa. Um Deus que cozinha? Que ideia tão...terrena! Que cozinha carne?! Anedota de mau gosto. Deus criado à nossa imagem é no mínimo, algo controverso. Para não dizer perverso.
Segundo, porque acho muito primário que se atribua a
responsabilidade a Deus, de tudo o que de mal acontece no mundo, de tudo o que
de ruim nos acontece. Nós temos livre arbítrio, que nos serve os propósitos
quando as coisas correm bem, mas tendemos a responsabilizar Deus quando as
coisas correm para o torto. Básico.
Terceiro, porque não aprendi nada com este livro. Não
achei que o tempo gasto na sua leitura fosse de alguma forma profícuo. Só levei
a leitura até ao final porque sou uma leitora obstinada, e muito raramente
abandono um livro. Exceto quando é mesmo intragável, o que também não é o caso.
Portanto, se alguém me quiser dizer porque gostou do
livro, vou adorar saber; pode ser que alguma coisa me tenha escapado, não é?!
Tenha uma ótima semana!