sexta-feira, 11 de abril de 2025

Receita de Chocolate de Tâmaras

 


Ao escrever o título deste chocolate de tâmaras lembrei-me daquele do Dubai que fez o povo ocorrer ao supermercado, pagar não-sei-quanto, que já era caro, e ainda houve quem o vendesse na Vinted a 60€. Faz-me sempre rir essa história!

Não provei esse mas garanto que este é muito superior; e porquê? Porque é feito com ingredientes biológicos e de grande qualidade, e a combinação de todos funciona perfeitamente. Para ser aprovado pelo Duarte, que me pediu para repetir, e repeti, está tudo dito!

Fiz tudo isto a "olhómetro", foi algo assim:

Chocolate de Tâmaras

8 Tâmaras medjool

2 Colheres de sopa de manteiga de amendoim

50 gr de pepitas de cacau 

Como fazer:

Abrir as tâmaras ao meio, retirar o caroço, colocar num papel de forno todas juntinhas, viradas para cima; dobrar o papel por cima delas e com o rolo da massa espalmar, fazendo pressão para que alarguem e preencham todos os espaços. Cobrir com manteiga de amendoim e regar com o cacau derretido em banho-Maria, cobrindo toda a superfície. Levar ao frigorífico a solidificar, o que acontece rápido. 

Eu ainda pus umas pedrinhas de sal marinho e gostamos. Mas estou agora a imaginar pistachio esmigalhado, também deve ficar bom. 

E é isto. Simples e delicioso! 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Um Caso a Ser Pensado

Isto foi-me contado por alguém que não fez qualquer juízo sobre a situação, limitou-se a relatá-la. Portanto, o jovem tirou a licenciatura em Gestão, foi trabalhar um ano para um banco, achou que ganhava pouco, e decidiu tirar o Mestrado, mas desta vez numa prestigiada universidade europeia. Depois, concorreu para uma vaga de uma empresa internacional conhecida, sediada na Alemanha, para a qual concorriam cerca de 1200 candidatos. Fez provas, entrevistas, entrevistas e provas, passando diversas etapas até restarem somente 3 candidatos. Contra as suas próprias expectativas, foi o escolhido!

Agora vive nos arredores de uma grande cidade alemã, onde trabalha, e paga700€ por um quarto numa casa de um estrangeiro oriundo de uma cultura muito diferente da ocidental. Já sabe que terá de sair dai a algum tempo, e preocupa-se com a dificuldade em arranjar um quarto. Antes deste viveu num apartamento que o marcou pela sujidade, e cada vez que visita uma casa para responder a um anúncio de Quarto para alugar, sabe que será escrutinado, e escolhido ou dispensado com a minúcia de um patrão que admite um novo funcionário. 

Não ganha o suficiente para ter um apartamento, um estúdio que seja. Um cantinho que chame seu, e tenha total privacidade. Quando vem a casa e regressa vai cabisbaixo, custa-lhe um bocado, mas depois fica bem. Fez-me lembrar quando os bebés são deixados no Infantário a chorar, mas mal as mães desaparecem eles calam-se e "ficam bem". Que remédio, não é?

E tudo isto deixou-me a pensar em como o esforço, o trabalho, o estudo de tantos anos, o investimento financeiro dos pais, no final, nem sequer permite aos jovens que sejam autónomos. Saem das suas casas, dos seus países, atraídos por vencimentos tentadores, e afinal estão pior do que em casa. Sim, porque francamente, ganhar menos e ter menos despesas vai dar ao mesmo. E se ainda puderem ficar em casa dos pais, sendo solteiros, continuam a ter uma casa acessível a todas as divisões como sendo, efectivamente, sua. 

Esta falácia do estrangeiro, pode não ser para todos, mas será para muitos. Afinal, depois de tanto esforço continuam a trabalhar para sobreviver, para pagar contas, e nem sequer conseguem ter independência. Ficam longe da família, dos amigos, de tudo o que lhes é familiar, e para quê? 

Houve aqui um retrocesso no nosso estilo de vida, e ninguém mais o vê?! 

segunda-feira, 31 de março de 2025

Frédéric Chopin : Nocturne No. 9 in B major


Foi o último vídeo que o meu amigo Pedro me enviou, de música, talvez por eu ter comentado que na última viagem que fiz, em Fevereiro, encontramos no centro histórico de Varsóvia, bancos na rua, onde se carregava num botão e ouvíamos parte das sonatas de Chopin. 
O Pedro tinha o curso de piano do Conservatório, e o piano continuava a ser o seu instrumento favorito. 

quinta-feira, 20 de março de 2025

Oração

O que é a Luz na Alma:

1. É o desejo do Céu.

2. É amar o Amor.

3. É Deus escondido no olhar.

4. É ir correr até à Vida.

5. É saber que o Infinito Mistério cabe no Coração Pequenino.

6. É ouvir a dor silenciosa.

7. É caminhar até à porta fechada. 

8. É bater à Porta até ser dia.

9. É mostrar a Luz do Céu como perfume derramado.

10. É transformar o pó da terra em caminho para o Céu. 


                                       P.E. 11/Jun/2022


segunda-feira, 17 de março de 2025

Até à Próxima, Pedro! 🙏

 

Via

Eu acredito realmente que somos Espírito ou Alma, que este corpo é apenas um biotraje que a Alma utiliza nesta experiência terrestre. Que somos eternos e, portanto, a morte faz tão parte do processo da vida como o nascimento. Mas é tão difícil ficarmos sem aqueles que nos são queridos! 

Saber que nunca mais vou abrir a porta e ver aquele rosto.

Que nunca mais o vou convidar para almoçar ou jantar.

Que nunca mais vamos ficar a conversar, estando já todos a dormir, sobre assuntos que a maioria das pessoas não fala. 

Que nunca mais vou ler no WA: Bom dia, Fernandinha!

Que nunca mais o terei na minha mesa com as suas filhas. 

Que já não o ouvirei mais a tocar piano na sala, enquanto se desculpa dos enganos, apesar dele ser melhor do que o piano! 

Que já não o vou ver a construir a casa de madeira.

Que já não vou acompanhar aquela segunda vida - "Ainda tenho tanto para viver! Ainda vou ser muito feliz." 

Que nunca mais vou ouvir aquele riso malandro e franco. 

Nunca mais verei as fotos dos seus almoços e placas de terras recônditas. 

Já não ouvirei os planos mais mirabolantes a tornarem-se realidade. 

Que já não posso contar com o meu amigo de Lisboa. 


O que conversamos, o que nos rimos, o que lastimamos. Era um carácter íntegro e único. 

As saudades são sempre o pior, e já as tenho por antecipação. A falta que este querido amigo me vai fazer...


quarta-feira, 12 de março de 2025

"Retrato de Um Casamento"

 Esta é uma daquelas histórias que a minha mãe contou ao longo dos anos, algumas vezes, desta vez apanhei-a mais atentamente, e deixou-me reflexiva. 

Há muitos anos, a vizinha dela foi ao velório de um parente afastado; naquele tempo os defuntos ainda se velavam em casa; era hora de almoço, e a família comia na cozinha; ela entrou silenciosamente, para não os perturbar e pôs-se num canto sombrio da sala, a orar pelo senhor. Entretanto, entra a esposa do falecido, e julgando estar sozinha com ele, ajoelha-se a seu lado, e começa a conversar com ele, em voz baixa, agradecendo-lhe pela vida que lhe proporcionara, que fora muito bom marido, bom pai, e bom homem, que tudo o que tinha feito na sua existência era bom, e digno. E muitas outras coisas bonitas, que a vizinha da minha mãe nunca tinha ouvido na vida, e ouvia siderada, permanecendo em silêncio até ao fim. 

A esposa deste senhor nunca soube que aquela conversa tinha sido testemunhada, a parente nunca lho confessou. Mas contou à minha mãe, sempre maravilhada, com aquela homenagem tão sincera e excepcional. 

E aquilo que me ocorre pensar é que se não for para deixar um marca destas na família que constituímos nem valia a pena começar a empreitada. Mais vale viver para si, que também é direito de cada um. 

segunda-feira, 10 de março de 2025

Preocupações de Jardineira



 


Enquanto estive fora a minha maior preocupação era que as flores desabrochassem e eu não estivesse cá para ver. 

É das primeiras coisas que faço de manhã, ir ao jardim e observar as plantas, as flores, as árvores, os arbustos, um a um. Analiso os estragos feitos durante a noite, e arranjo alguma forma de os remediar. Falo com todos eles, animo-os para ficarem fortes e saudáveis. Mas creio que este ano foi, sobretudo, devido à mudança da terra para os vasos que os narcissos, as tulipas e os jasmins medraram. Estou também a pensar fazer o mesmo com as dálias novas, as que ficaram na terra vão decorar a bordadura como Deus quiser. 

Observar o jardim foi das primeiras coisas que fiz, quando cheguei, e as flores estavam mesmo quase a desabrochar. Podia-se dizer que esperaram por mim, tal como lhes pedi.
A satisfação e alegria que isto me dá! 

quinta-feira, 6 de março de 2025

"O Carnaval na Política"

Há coisas que por mais que tente não consigo entender. Não consigo entender como o conceito de paz é tão estranho à maioria; não consigo compreender como pessoas com filhos e netos, sobrinhos e irmãos, e pessoas que amam são a favor de uma guerra, noutro país, para onde os políticos europeus os querem atirar como carne para canhão! 

Ouçam o professor António Sousa Lara, não concordo com tudo, tudo, mas concordo com muito do que diz, e apresenta bons argumentos e conhecimentos. E desta vez, alguma diversão.

O Carnaval na PolíticaPara reflectir.

terça-feira, 4 de março de 2025

Fora Do Ninho. Ainda Mais.

Quando os filhos saem de casa para estudar inicia-se um processo que, frequentemente, não tem retorno, e se tiver é quase sempre bastante breve. É um marco tão impactante que até pode causar sentimentos menos bons, e essa famosa sensação do ninho vazio, pois para além do sentimento momentâneo, intuímos que chegamos ao fim de uma era, da família nuclear coesa, debaixo do mesmo tecto.

Depois disto há outro momento; quando os filhos partem para estudar fora do país. Se antes regressavam aos fins de semana ( os meus sim, estavam cá batidinhos!), essa fase intensifica-se pela ausência. A saudade é garantidamente maior, e as preocupações também sobem a outro nível. Para além disso, tem acontecido, que conheçam por esses países alguém por quem se apaixonam, e então o regresso fica fora de cena. Desde que soube, há muitos anos, que isso aconteceu a um rapaz aqui da Vila, que isso se fixou no meu cérebro, não sendo porém argumento para travar os meus filhos dessa experiencia, que é, normalmente, tão enriquecedora.

Pois bem, chegou o momento em que a saída do ninho exigiu uma maior força de asas, e a distância se ampliou para lá dos fins-de-semana! E todas as reflexões, sentimentos, emoções e preocupações saíram daquele espaço arrumado da minha mente e se expuseram sem pudor, para que as enfrentasse. Eu sei que sair de casa proporciona um crescimento enorme, a nível pessoal; e acredito que essa mudança ampliada a outra distância, cultura, língua, proporciona uma expansão da mente ainda muito maior. E quando vemos os nossos filhos ilusionados com a perspectiva dessa experiencia só podemos apoiá-los, e ficarmos a torcer por eles. 

É outra fase da vida, da nossa enquanto pais, da deles, enquanto filhos a emanciparem-se, a crescerem no mundo. É decerto desafiante, mas que seria da vida se não o fosse?  

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

A Maior Vigarice da Vida

Pagar impostos do dinheiro que ganhamos.

Pagar impostos do dinheiro que gastamos.

Pagar impostos daquilo que já possuímos quando já pagamos impostos desse dinheiro que ganhamos e gastamos. 

E pagar impostos continuamente até ao fim da nossa vida. 


Para reflectir. 


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Estêvão Lopes Morago - Magnificat octavi toni



Esta música dá-me paz. Dá-me vontade de parar, e maravilhar-me perante todas as coisas criadas por Deus. De contemplar a quietude.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Dica de Leitura - A Home For All Seasons

Dica de leitura de Miranda Mills

O que me atraiu neste livro foi a localização, ou o tema central, quer dizer, uma cottage parecia ser a personagem principal, e o local onde estava inserida, o campo inglês, para mim isto é irresistível. 

É uma espécie de diário, livro de apontamentos, de investigação, que começa quando Gavin Plumley, um declarado citadino, decide mudar-se para o campo, com o seu marido, Alaistair, por sua vez, um verdadeiro homem do campo. Na busca pela casa perfeita, encontram Steps House em Pembridge, num canto remoto de Inglaterra, pela qual se apaixonam imediatamente, e assim a adquirem. 

Ao fazer o seguro para Steps House são confrontados com a necessidade de saberem a idade da casa, inicialmente do Séc.XVIII ( porém dando sinais de mais antiguidade), e começa assim uma investigação que vai levar o autor através da História da casa, de Pembridge, da Inglaterra e até um pouco da Europa. 

Pembridge é uma aldeia antiga, que já na Idade Média tem registos, da actividade agrícola e pastoral, que está na base do seu enriquecimento mas que também sofreu grandes vicissitudes. 

Interessaram-me imenso certas curiosidades, que ainda actualmente impactam, como por exemplo, a referência ao azevinho, abundante na aldeia, e que hoje em dia é muito mais abundante do que na época, ao contrário daquilo que nos dizem! Aliás, menciona ainda Plínio, o Velho, romano, nascido no ano 23, que escreveu "o azevinho é raro, e quando encontrado, recolhido com toda a cerimónia".

O azevinho era tido como protector contra os maus espíritos, talismã de sorte e até cura para a melancolia. Foi rapidamente capturado pela religião, usando-o decorativamente no Natal, apesar de ainda reter a sua primeva associação à fertilidade, com a viscosidade das bagas comparada ao sémen. 

Gavin Plumley explica que este arbusto necessita de luz e com a deflorestação das florestas, os espaços por onde a luz entra é muito maior. Pode até ser, mas eu também penso que o facto das pessoas o terem nos seus jardins justifica em muito o azevinho ser tão comum.

Steps House é vizinha imediata do cemitério, e da igreja local, onde Gavin também procura informação; propósito do despojamento das igrejas protestantes, elas não eram assim originalmente, eram como as católicas ( pois eram católicas), porém, os reis que fundaram e cimentaram o Protestantismo, entenderam, sobretudo Eduardo, nas Reformas no séc.XVI,  que as pessoas não deveriam adorar imagens e por isso foram recolhidas, para sua alteza real; estes bens das igrejas representava uma riqueza colossal, com a arte, os objectos de ouro e prata, que assim foram legalmente confiscados, perante a indignação do povo, que não teve outra opção senão render-se. As mudanças também proibiram as procissões, e o toque dos sinos, para as missas; posso, facilmente, imaginar quanto tudo isto afectou a população, dado que as procissões tinham o objectivo de agradecer pelas colheitas e pedir abundância, para as seguintes. Por essa época, diversas actividades foram abolidas, como por exemplo a dança, que as entidades religiosas viam como pagãs, e que levavam a actos pecaminosos, sendo por isso os seus infractores castigados seriamente. Como não haveriam de ficar deprimidos?!

Outra coisa que sempre me fascinou imenso, e desconhecia o porquê, é a popularidade dos Pubs em Inglaterra. Ainda, actualmente, ir ao Pub é uma prática comum, fortemente enraizada, e na sua origem está o frio das casas! Apesar de todas as casas terem lareira, eram frias, a do pub estava permanentemente acesa, tornando a divisão quente e aconchegante. Além disso, era também onde as pessoas podiam socializar, e assim espantar e melancolia do Inverno ( a depressão nessa estação existiu sempre), sendo que beber um fino era apenas o pretexto para tudo isto!

Na Idade Média, Pembridge estava muito isolada, para mais a Lei inglesa proibia que as pessoas trespassassem campos e florestas pertencentes ao Estado, o que tornava as viagens para levar o gado ao mercado londrino, coisa de meses, e isolava a localidade, obrigando-os a comercializar entre si. Recentemente, aconteceu uma espécie de regresso ao passado. Como o casal já passou o "confinamento" de 2020 na aldeia, perceberam ainda mais então a importância de comprar localmente, e apoiar os produtores locais. Isso para mim já está mais do que assente, porém gostaria muito que todos tivessem tido essa descoberta, e mudassem de atitude. Gostei desse alerta. 

A propósito das "alterações climáticas", o autor refere a mini-idade de gelo que assolou a Europa no séc.XVI, que provocou escassez de bens alimentares, e consequentemente mortes em grande número, referindo que animais congelaram repentinamente, nas posições em que se encontravam. Dizem as notícias que algo semelhante se prevê em 2030, eu penso que sem alarme aguardemos porque o futuro é sempre incerto, e contudo, estas coisas já aconteceram antes, sem industrialização, nem aviação. São ciclos naturais.  

Recorrendo aos arquivos religiosos e civis, às canções populares, poesia e arte, referindo sobretudo Bruegel, cujos quadros detalhavam minuciosamente as actividades dos camponeses, providenciando assim valiosa informação sobre a vida e estações no séc.XVI, o autor constrói com esses fragmentos, uma manta de retalhos encantadora e informativa sobre uma era passada, que me proporcionou grande prazer ao lê-la, levando-me a reflectir também sobre a actualidade. 

Por tudo isto, e muito mais, é uma leitura que recomendo, infelizmente, não há versão traduzida, mais uma vez. Em inglês compro na Blackwells, cujos preços já incluem imposto da alfandega, e assim não há retenções nem más surpresas. 


Título: A Home For All Seasons

Autor: Gavin Plumley

Editora: Atlantic Books, London

Nr de Págs:309

   

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

"73% dos estudantes pretendem emigrar"

Ouvi a notícia na Antena2. Segundo estudo da Federação Académica do Porto mais de 73% dos estudantes pretendem emigrar, após conclusão de estudos.
Uns falam da "sangria de talentos", outros do custo de milhões, ao Estado, destes estudantes, que vão beneficiar outros países, que investiram zero na formação de profissionais de topo. 

A mim ocorre-me o drama que é para estes jovens terem de abandonar o seu país, as suas famílias, e passarem a expatriados. 

À falta que estes profissionais fazem à nossa pátria, e população, através do seu trabalho e impostos.

A baixa natalidade, que continua a descer entre os portugueses, pois estes jovens vão e não regressam.

E a entrada de imigrantes, que os governos insistem em justificar como contrapeso dos que saem, quando não chegam com a preparação dos que partem, e pelo contrário, com valores e formas de estar na vida antagónicas às nossas. 

Enquanto mãe de dois jovens, a terminarem os estudos superiores, esta conjuntura frustra-me tremendamente, e enquanto cidadã revolta-me para além do dizível. Quem ainda não olhou para esta situação e compreendeu o drama que se está aqui a gerar anda mesmo com a cabeça enfiada na areia.  

Notícia aqui

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Receita para o fim-de-semana: Arroz de Lentilhas e Cogumelos

Este arroz ficou delicioso, é realmente comida reconfortante para dias de Inverno. Numa só caçarola, e fácil, como eu gosto. A quantidade de água depende, eu queria algo entre o seco e o malandro. 


Arroz de Lentilhas e Cogumelos

Ingredientes:

Uma chávena de cogumelos frescos

Meia chávena de cogumelos desidratados "black fungus"

Meia cebola

Meio dente de alho

Uma chávena de arroz carolino

Uma chávena de lentilhas castanhas cozidas


Como fazer:

Saltear a cebola picadinha em azeite, juntar meio dente de alho picado, deixar estalar, e acrescentar caldo vegetal. Deixar cozinhar 5 minutos, juntar os cogumelos secos, previamente demolhados em água quente, durante 20 minutos, reservando essa água. Deixar cozinhar 15 minutos. Juntar as lentilhas, e a água dos cogumelos, deixar cozinhar mais 5 minutos. Adicionar o arroz, e os cogumelos frescos fatiados; temperar a gosto com sal marinho, pimenta-caiena, e uma colher de sopa de molho de soja bio. Se precisar de mais liquido juntar o caldo de vegetais. Por fim, a meia cenoura ralada grosseiramente. Deixar cozer o arroz, cerca de 20 minutos e servir! 

Eu colocaria ainda coentros picados, se tivesse. Ficaria supimpa!  

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

A Importância da História de Família

Via

 Só demasiado tarde comecei a pensar em perguntas que gostaria de ter feito ao meu pai. Há muita informação de família que se perde porque os pais e avós não contam aos filhos, e toda é importante. Mais cedo ou mais tarde torna-se relevante. Confesso que ouvi, inúmeras vezes, histórias que a minha mãe contava com desinteresse, e por vezes até aborrecimento, mas como isso nunca a desanimou, ela contava à mesma. Em retrospectiva apercebo-me disso, e que agora as aprecio realmente. 

Há ainda quem pense que sobre os mortos não se deve contar nada de negativo e guardar apenas o lado bom, e por isso contam somente aquilo que os beneficia. Eu discordo totalmente disto, é preciso ser justo e contar as coisas boas e más, foi assim que eles foram, assim que actuaram, e porém ter compaixão e empatia, por não terem conseguido fazer melhor. Se eu sei que o meu avô materno foi violento para os filhos, e também sei que perdeu o pai aos 6 anos de idade, e desde aí foi espancado sem piedade, pelo irmão mais velho que se impôs como "chefe de família", vou compreendê-lo um pouco melhor. 

Guardar segredos, também para defender aqueles que partiram, é outra coisa com a qual discordo. Acontece que os segredos são frequentemente de Polichinelo, vem uma pessoa de fora, e conta aquela passagem, naturalmente, ou propositadamente, perante o membro ignorante dos factos, que se sente atónito e sem reacção, perante revelações impactantes. 

Conhecer a história de família e aprender a respeitá-la, é um processo importante, para a nossa saúde e equilíbrio. Saber a história da família, dificuldades, problemas, sucessos, progressos, explicam muitas situações actuais, e funcionam como inspirações para os nossos próprios problemas e bloqueios. 

Portanto, isto é, efectivamente, um tema de grande interesse, conte o que sabe, partilhe com a geração seguinte, e pergunte mais à geração anterior. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Sensibilidade Masculina

É comum dizer-se que as mulheres são mais sensíveis do que os homens, e penso que todos concordamos com esta afirmação, vim agora a saber a explicação para isso, de acordo com o Dr.Bruce Lipton é resultado de programação, segundo ele os homens foram programados para não serem sensíveis, senão como conseguiriam ser soldados? Como matariam pessoas?

Para reflectir e mergulhar noutras informações, aqui, às 1,28.00

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

A Bonnie - Coisas de Cão

 Todas as vezes que sentada no sofá, a ler ou a escrever, me levanto para ir à cozinha fazer algo absolutamente necessário, como pôr o pão no forno, ou espreitar um bolo, a cadela levanta-se e coloca-se à minha frente, a barrar-me o caminho. Parece que dorme, mas levantando-se depois de mim, consegue antecipar-me. E fica ali a bloquear-me um momento. Penso que se conseguisse treiná-la a fazer o que preciso de fazer não me levantava eu. Não sei se isto é normal, li que os cães felizes dormem normalmente 16 horas por dia, a nossa, das duas uma, ou não é feliz, ou tem receio que se lhe acabe a felicidade.

E pronto, voltou para a cama dela, mesmo aqui. Tenho a certeza que da próxima vez que me levante, se Deus quiser, daqui a 40 minutos, para tirar o pão do forno, salta novamente à minha frente e tudo de repete. Não sei nada, é a primeira vez que temos um cão.  

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Reflexões Sobre a Vida e a Morte


Ao escrever o título hesitei, as pessoas fogem o mais que podem deste segundo tema, a morte é tabu na nossa cultura, e porém, estou convicta, que se o tratássemos com a naturalidade que merece, não apenas a nossa vida teria outra tranquilidade, como o final dela não nos assustaria tanto.  
Vale a pena ouvir tudo, para reflectir, para nos ajudar a expandir a mente, 

 "A primeira dimensão do amor é  a vontade de compreender". 

"Na realidade não vivemos à altura das nossas capacidades mas das nossas crenças".

"Quando temos a capacidade de mudar as nossas crenças aproximamo-nos da nossa capacidade."

" Não é fácil estar encarnado na matéria... a sabedoria não é resultado da inteligência... é o resultado da reflexão, e esta consequência da quietude."

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Notícias do Jardim - Inverno

Dálias e Brincos-de-Princesa

Desde que começou a chover, no Outono, que a minha actividade no jardim se reduz ao formato intermitente, dou lá uma saltada ente chuveiradas para fazer qualquer coisa muito rapidamente, porém, estas duas primeiras semanas brindaram-nos com sol, apesar do vento frio, e céu cinzento, alguns dias, que foi o bastante para fazer aquilo que é mais demorado ( e menos agradável) - a limpeza! 

Comecei por cortar, radicalmente, a trepadeira Lanterna-Chinesa, que apesar de dar flor todo o ano, e nesta época isso ser ainda mais preciosa, devido à falta de cor no jardim, por se mostrar um autêntico viveiro de caracóis. Por mais que apanhasse havia sempre mais no dia seguinte! Então o pé ficou, porém reduzido a duas hastes. 
 

Podar a videira e glicínia é sempre uma tarefa que me requer coragem, pois inclui partir os galhos em tamanho transportável, sendo os galhos grossos, essa limpeza é mesmo a parte menos apelativa. Mas em dois dias foi feito! E no final, ao olhar o jardim da sala achei que fazia toda a diferença, ficou mais bonito. 

Voltando atrás. Em Novembro semeei as Ervilhas-de-cheiro, nos rolos de papel higiénico, e deixei alguns no exterior, outros na Lavandaria, estes cresceram demasiado, ficaram muito altos e finos, sem estrutura; há 2 semanas cortei cada pé de ervilha-de-cheiro, acima das primeiras duas folhas e coloquei todos estes pés em água, entretanto já ganharam raiz, assim, quase dupliquei o número de pés desta trepadeira que adoro. Nunca semeei tão cedo estas sementes ( normalmente é no início da Primavera, contudo, segui a dica de uma jardineira inglesa), mas a ideia ao antecipar é que também elas floresçam mais cedo e se prolonguem pelo Verão. Veremos. 

Cortei quatro ramos dos brincos-de-Princesa e enterrei todos num vaso, onde estão a ganhar raízes, excepto um, que permanece murcho, mas vou esperar ainda. 

Cortei também ramos do alecrim, plantei em terra, e estão viçosos. 

Quando as suculentas com flores, que comprei em Dezembro na Feira, para o centro da mesa, começaram a murchar plantei as mais fortes num vaso, já ganharam raízes e já mostram algumas folhas minúsculas a nascer. A ideia é ter as suculentas na Primavera e Verão e no Inverno usar as flores das mesmas para o centro da mesa. Não sei o nome desta suculenta, mas certamente que durante o ano as vou fotografar e partilhar aqui. 

A reter, há plantas que podemos propagar e ter muitas mais a custo zero, como as mencionadas acima, e outras, por exemplo hidrângeas e roseiras, ambas já no jardim bem representadas. 

No Verão de 2024 tivemos poucas dálias, nada que se compare a 2023, então tinha decidido comprar tubérculos de mais dálias, e de mais variedades, o que fiz há cerca de uma semana; a Fam Flower Farm, que se localiza na Holanda, oferece uma escolha vasta e maravilhosa, que esgota cedo, só enviará em Abril mas já estou super entusiasmada com esta aquisição. 

O jardim está muito verde, com a chuva do Minho não poderia ser diferente, e a cor faz-me falta, porém já brotaram da terra os narcisos, jacintos e tulipas, e brevemente aqui e ali voltará a ser colorido. É uma questão de paciência, e algum trabalho, que é aliás a essência da jardinagem! 


quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Nada Disto é Normal!

A água poluída dos rios e oceanos não é normal

Os riscos no céu não são normais

A fome num planeta abundante não é normal

Pessoas a viver na rua não é normal

Pagar menos a estrangeiros pelo trabalho não é normal

Tomar "remédios" para o resto da vida não é normal

Fazer cirurgias para retirar órgãos não é normal

A divisão dos seres humanos por raça não é normal

A competição entre homens e mulheres não é normal

A pobreza não é normal

A violência não é normal

As guerras não são normais

A doença mental massiva não é normal


Reflectir sobre isto para rejeitar esta normalização do anormal, promovida por meia dúzia para seu lucro, e que nos deixa infelizes, e buscar/exigir o contrário, criando um mundo melhor. Todos temos direito a viver dignamente, com saúde, e em segurança.

domingo, 12 de janeiro de 2025

A Fada Bonnie

Enquanto aspirava o chão da cozinha pensava que se escrevesse uma história e fizesse da nossa cadela uma personagem seria uma fada. Uma cadela-fada, com 2 saquinhos à cintura, por cima do tutu, daqueles em que essas lindas criaturas têm pós mágicos e vão aspergindo os sítios por onde passam, com esses glitters, mas no caso da Bonnie, personagem da história na minha cabeça, desses saquinhos sairiam pêlos, muitos pêlos, pêlos por todo o lado!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Um Natal em Pequeno

Já houve um tempo em que o Natal para mim era uma casa cheia de gente, de uma grande família, barulho, uma mesa comprida e abundante.

Quando a minha amiga, que casou com um alemão, me descreveu o primeiro Natal passado com a sua nova família, confesso, fiquei com pena dela: Creme de marisco, fondue de não-sei-quê, bolo de chocolate, e outra sobremesa que já não recordo. Como?! Para além de não haver Cozido de bacalhau com todos, a ementa reduzia-se a, literalmente, meia dúzia de coisas?! E para cúmulo, a família era de somente cinco pessoas. Coitada...! 

Hoje já não penso nada assim. Uma família de quatro pode passar um belíssimo Natal; a cozinhar em conjunto durante a tarde, e a desfrutar de um serão com gargalhadas, a comer tranquilamente, e a jogar pela noite adentro. Enquanto, uma casa com imensas pessoas não significa automaticamente união, felicidade, e muito menos intimidade. 

Outra coisa que, actualmente, me faz imensa impressão é a quantidade de comida posta na mesa, e o exagero das pessoas a comer nesta data. Admito que cada vez mais me identifico com o Natal alemão, alguma parcimónia nas doses, e redução de diversidade parece-me muito mais adequado. E depois da minha última leitura, "Christmas at Fairacre", onde constatei que o Natal em Inglaterra é também muito neste estilo, compreendi que em diversos países há outro equilíbrio, nesta data. 

Não é só porque podemos que devemos. Para mim não faz sentido algum. Fica a reflexão, para futuros reajustamentos. Já sei, que mais uma vez, vou encontrar oposição, isto não vai ser nada popular. Mas é o certo. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Dica de Leitura - Christmas at Fairacre



Em Dezembro pareceu-me indicado ler um livro cuja temática fosse o Natal, para me ajudar a entrar no espírito da época. Claro que o retratado pouco tem a ver com a nossa realidade, passa-se nos anos 70, em Inglaterra, Natal na estação mais rigorosa, com neve e grandes tempestades, e as formas de o celebrarem também divergem da nossa, mas eu aprecio muito estes modos anglo-saxónicos, e consegui visualizar tudo perfeitamente, não apenas devido à narrativa tão descritiva como também aos encantadores desenhos, que a preto e branco ilustraram, perfeitamente, as histórias. 

Miss Read é o pseudónimo de Dora Saint, nascida em 1913 em Londres, que foi uma autora bestseller. Os seus contos retratavam o mundo rural como um lugar seguro e sadio, sendo uma extensão da sua própria vida, enquanto professora no campo. Com um enorme talento para notar  as maravilhas da vida na aldeia, narra-as de forma simples mas imensamente significativa; publicou as suas histórias durante décadas, encantando diversas gerações. 

Os seus livros foram traduzidos para diversas línguas, infelizmente não para Português. Mais outra falha com a qual não me conformo, porque adorei esta leitura! A apologia da vida rural, a valorização das pequenas coisas, a alegria que tudo isso proporciona é-me tremendamente cara. 

"Christmas at Fairacre" está composto por 3 histórias independentes, todas elas passadas em Fairacre, terra ficcional; na primeira, uma viúva solitária arrenda um anexo a uma jovem solteira, a quem precisamente no Natal lhe é solicitada ajuda urgente em casa do irmão, à qual ela acede; o que aí vive irá permitir-lhe descobrir uma mais justa faceta da cunhada, por quem não tinha grande apreço, e a reaproximação ao irmão, permitindo-lhe compreender as alegrias da vida familiar. 

A segunda, muito pequena, remete para uma cena passada na Escola, com Miss Reed, também durante o Natal, que retrata a magia da época em pouquíssimas palavras. 

A terceira história, a minha favorita, "The Christmas mouse", conta sobre uma família de 3 gerações de mulheres, a avó, Mrs Berry, a mãe, Mary, e as suas duas filhas, de 7 e 5 anos, na véspera e dia de Natal. Lá fora está uma enorme tempestade, mas ainda assim Mary sai com as filhas, apanhando a camioneta para Caxlon, para fazer as compras de Natal. Em casa, Mrs Berry, recorda-se dos eventos que antecederam as circunstâncias presentes, com alguma tristeza mas estoicamente. Quando a filha e netas regressam, encharcadas até aos ossos, tomam banho, jantam algo ligeiro e vão para a cama, e então começa a aventura nocturna com a entrada de um rato no quarto da velha senhora, que tem fobia a ratos, e a faz permanecer na sala, junto à lareira, tencionando aí dormir; precisamente por aí estar se apercebe da entrada de outro tipo de rato, na cozinha. Essa peripécia ficará só entre Mrs Berry e o dito "rato". E o leitor, claro. 

Com a descrição da celebração do Natal descobrimos quão singela era, fosse no que diz respeito a presentes, fosse à ementa. Os presentes eram colocados nas fronhas das almofadas, penduradas ao fundo das camas das crianças, e incluíam tangerinas, nozes, caramelos, lenços com a inicial bordada, e com sorte uma boneca ou um conjunto de chá em miniatura. O jantar compunha-se pelo peru assado, e bolo de Natal, e ao chá, havia bolo de Madeira, sendo já este uma espécie de jantar. Parco para o gosto português, mas para mim faz todo, e cada vez mais, sentido. 

A decoração de Natal da casa também é descrita, guirlandas por cima da lareira, com castiçais que se acendem no dia de Natal, e a árvore, que de tão pequena, ficava pousada em cima de uma mesa. Isto fez-me lembrar a história real que ouvi de uma mãe, ao lembrar-se da vergonha da filha devido ao tamanho da árvore de Natal que tinham em casa, um tamanho normal, mas segundo ela, deveria chegar ao tecto; influencias dos filmes da televisão, que levam, frequentemente, a exageros e insatisfações. 

Esta leitura fez-me reflectir sobre a simplicidade dos Natais de outrora, que entusiasmavam mais do que os actuais com os seus exageros em tudo, em que cada ano se espera mais e melhor, e mais caro! 

Christmas at Fairacre relembra aos adultos que grande parte da magia de Natal nos é proporcionada pelas crianças, aquelas que fomos e aquelas que temos agora presentes, filhos e netos, é nos olhos deles que vemos reflectida a alegria e entusiasmo desta época. É por eles, que muitos de nós, continuam a viver o Natal. 


Título: Christmas at Fairacre

Autora: Miss Reed

Editora: OrionBooks UK

Nr de Págs: 263


Informação sobre a autora aqui e aqui